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Sônia Nascimento lança 'Barulho' e abre caminho para novo álbum

Sônia Nascimento lança seu novo álbum, "Que tudo seja", no próximo dia 31. FOTO: WALDA MARQUES/DIVULGAÇÃO
Sônia Nascimento lança seu novo álbum, "Que tudo seja", no próximo dia 31. FOTO: WALDA MARQUES/DIVULGAÇÃO

TEXTO: ALINE RODRIGUES

Chega às plataformas de música nesta terça-feira, 14, o single “Barulho”, da cantora e compositora Sônia Nascimento. A canção antecede o disco “Que tudo seja”, que a cantora lança no próximo dia 30 de maio, durante uma Listening Party (uma audição comentada), com um pocket show no Núcleo de Conexões Na Figueredo. O álbum cheio chega às plataformas no dia 31 e marca o retorno de Sônia após algum tempo de ausência da cena paraense.

“‘Barulho’ é uma das canções mais fortes e intensas do disco, com um arranjo criado pelo Renato Torres, que também é o produtor musical do disco. Traz uma sonoridade latinizada, lembrando o tango, onde sobressai o som das castanholas e do acordeon”, descreveu Sônia.

Single resgata parceria de longa data com Allan Carvalho

O single é uma parceria com o cantor e compositor Allan Carvalho, que também assina com ela o primeiro lançamento deste novo disco, a canção “Aqui”, que chegou às plataformas em abril. Na verdade, uma parceria que vem desde “Invento”, primeiro disco da cantora. “Somos amigos e logo ele já reconhece o que escrevo traduzindo em melodias. A letra desta canção [Barulho] nos traz os ruídos das relações de amor que não são 100% perfeitas. E quem é? Dos silêncios que muitas vezes necessitamos e não nos é permitido, no entanto, o amor existe e passamos por todos estes ruídos e seguimos vivendo nossas relações”, definiu a artista.

Novo álbum “Que tudo seja” tem produção de Renato Torres

“Que tudo seja” teve uma produção de pouco mais de dois anos, em que contou com o apoio de emenda parlamentar do então deputado federal Edmilson Rodrigues (2020), além da Universidade Federal do Pará, via Fadesp-Fundação Amparo e Desenvolvimento da Pesquisa, Proex-Pró-Reitoria de Extensão, e EMUFPA-Escola de Música da UFPA. Além da produção musical e arranjos de Renato Torres, que gravou as faixas em seu Guamundo Home Stúdio, Sônia Nascimento contou com a mixagem e masterização de Assis Figueiredo. Ela também teve o acompanhamento e preparação vocal para o disco com a professora Nelma Azevedo.

Para a cantora, o novo trabalho representa ressignificação, após o período pandêmico da covid-19, em que perdeu amigos e o marido. “Ele é a ressignificação de uma perda, de um luto. É uma iluminação para as nossas vidas, através da música, das imagens e conteúdos que estamos e que ainda vamos produzir. É o buscar de um recomeço com felicidade. Por ter todas estas simbologias, por ser um trabalho que também homenageia meu marido, que partiu no final de 2021, é totalmente realizado por amigos para as pessoas que amam e as que não amam, e que podem aprender a amar a partir dele”, destacou ela.

Cantora gravou música com o filho

Além de “Aqui” e “Barulho”, o novo álbum traz “Me erra”, “Nada” e “Girassóis”, esta última, parceria da cantora com Renato Torres. Também há uma parceria especial para a cantora, uma canção de Pedro Cordeiro, filho da artista, que faz um feat com a mãe em “Miragem”.

Por tudo o que o trabalho significa, Sônia festeja poder lançá-lo com um show em que estará cercada de amigos. “A princípio estarei junto com Renato Torres para um pocket show e vamos ouvir o álbum junto com o público, antes do lançamento nas plataformas digitais. Conversaremos sobre conceito, os processos de criação, montagem do repertório, arranjos, ensaio fotográfico e as produções para mídias sociais. Todos que participaram do disco estarão presentes, se tiverem disponibilidade nas suas agendas”, contou a cantora.

Intérprete e compositora reconhecida em festivais e na noite de Belém

Nascida em Belém, Sônia Nascimento começou a cantar ainda na adolescência, até começar a se apresentar na noite de Belém, levada pelo jornalista, crítico e curador de arte Cláudio de La Rocque (1956-2006), que a ouviu em um ensaio de teatro com o ator e jornalista Beto Paiva, também já falecido. La Rocque foi quem produziu o primeiro show de Sônia, em homenagem a Noel Rosa, no qual foi acompanhada pelo violonista George Paez.

Ela passou por vários festivais de música, como intérprete e compositora, assim como fez várias participações especiais em shows de artistas como Allan Carvalho, Renato Torres, Renato Gusmão, Yuri Guedelha, André Leemax, Daniel Bastos e banda Solano Star, entre outros. Mas a música surgiu na vida da cantora ainda criança, pois o pai era um colecionador de discos e ela mergulhava neste universo. “Minha brincadeira era cantar junto com as grandes cantoras”, lembrou Sônia, que estudou com a cantora lírica Márcia Aliverti, com o maestro Adellermo Mattos, ambos em Belém, e com Clarice Prietto, no Rio de Janeiro, entre 2005 e 2009.

Do Jardim Elétrico às cartas de Waldemar

Sônia foi vocalista da banda Jardim Elétrico, que ganhou da imprensa paraense o título de “MPB Eletrificada” e marcou as noites do famoso bar Go Fish, no início dos anos 1990. Em seguida, Sônia formou a banda Florbella Spanka, junto aos músicos Elizio Eluan e Rubens Stanislaw. Além de intérprete, foi construindo também sua carreira como compositora, e participou como convidada, junto a Allan Carvalho, Cincinato Jr. e Ronaldo Silva, da trilha sonora do documentário “Pescadores de Água Doce”, do cineasta Chico Carneiro.

Entre 2015 e 2016, Sônia investiu na carreira solo, e realizou diversos shows de divulgação do CD “Invento” (2015). Outro destaque da carreira foi o show “Tudo pela Metade”, em 2017, com canções que fizeram parte de sua trajetória como cantora desde os anos 1990.

Já em 2020 e 2021, gravou, como pesquisadora e apresentadora, uma série de quatro videocasts chamados “As Cartas de Waldemar”, projeto contemplado no âmbito da Museologia via edital Prêmio Rede Virtual de Arte e Cultura da Fundação Cultural do Pará (FCP) e que trata da vida e da obra de Waldemar Henrique. O ponto inicial do projeto foi o trabalho de conclusão de curso da cantora na graduação em Museologia. Em 2021, também via edital da lei Aldir Blanc – modalidade “Luz, Câmera e Clips”, Sônia lançou seu primeiro videoclipe e a regravação da música “Céu e Inferno Blues”, de Renato Torres e Carol Magno. Até o final de 2024, além dos lançamentos, Sônia pretende fazer shows e videoclipes de divulgação do novo trabalho.

OUÇA

“Barulho” (Allan Carvalho e Sônia Nascimento)

Quando: Hoje

Onde: plataformas de música

 

PROGRAME-SE

l Listening Party e

pocket show do disco

“Que tudo seja”

Quando: 30 de maio, às 20h.

Onde: Núcleo de Conexões Na Figueredo (Av. Gentil Bitencourt, 449 – Nazaré)

l Lançamento

do álbum completo

Quando: 31 de maio

Onde: em todas as plataformas digitais