A série documental “Olhares do Norte: Pará”, produção da Marahu Filmes, que apresenta relatos, trajetória e um registro que reverencia a fotografia de treze fotógrafos e fotógrafas que vivem e produzem no Pará, terá como foco, em seu episódio desta quinta-feira, 4, às 23h30h, na TV Brasil, o editor de fotografia do DIÁRIO, Octavio Cardoso.
O episódio mostra sua trajetória e o que influencia seu trabalho. “A ideia era entender o que estava por trás de uma foto. Porque uma coisa é você fazer um trabalho encomendado, documental. No autoral, de alguma forma, tem a ver com tua história de vida. Eles foram pedindo, especificamente, os trabalhos mais significativos que eu tenho como autor, mas também queriam fotos de família, foram conversar com a minha mãe [Lúcia Cardoso]”, comenta o fotógrafo.
O pesquisador em arte e fotografia Mariano Klautau Filho também participa do episódio comentando sobre a obra de Octavio Cardoso. As filmagens, com direção de Fernando Segtowick e direção de fotografia de Thiago Pelaes e Igor Teixeira, ocorreram em diferentes ambientes, mas especialmente no Marajó, onde grande parte do trabalho de Octavio é realizado, assim como em Belém, onde nasceram séries como a recente “Notícias nem sempre felizes”, em que o artista monta fotografias a partir do confronto entre o urbano e o rural.
Sobre o Marajó, Octavio comenta que aquele é um cenário sempre presente. “Eu fotografo o Marajó desde que eu comecei a fotografar. E fiz duas exposições sobre a região: uma nos anos 1990, coletiva com a Walda Marques e o Márcio Lima; e, em 2015, ganhei o Prêmio Marc Ferrez de Fotografia, com o qual fiz a série sobre o vaqueiro. Independente de estar fotografando o Marajó há quase 40 anos, eu tenho um trabalho específico que se chama ‘Minha Ilha: campos abertos do Marajó’, que já foi exposto no Museu Goeldi”, cita.
Cada capítulo da série “Olhares do Norte: Pará” levará o espectador pelos olhares de personagens como Miguel Chikaoka, Paula Sampaio, Luiz Braga, Guy Veloso e Elza Lima. Os episódios contam também com entrevistas de especialistas na área como Rosely Nagakawa, Marisa Mokarzel, Eder Chiodetto e Alexandre Sequeira.
“Esse projeto é muito legal porque a gente sabe que tem uma produção fotográfica muito grande e muito forte no Pará, mas poucos fotógrafos têm, por exemplo, livros publicados. E com exceção do Luiz Braga, que tem vídeo sobre ele, acredito que nenhum outro tinha. Sem dúvida que o mais importante para mim, como autor, é que as pessoas conheçam minhas fotos, mas acho importante ter o registro [em vídeo, com entrevistas] para que as pessoas entendam que esse trabalho autoral não é fruto do acaso, ele tem uma razão de ser. Você conhecer e entender cada um desses fotógrafos é muito legal”, diz.