
O cantor Paulo Ricardo sobe ao palco nesta quinta-feira (14), em Belém, no Estádio Mangueirão, como atração de abertura para a banda Raça Negra. Ícone do rock nacional dos anos 80, ele foi o vocalista da lendária banda RPM, que fez história com sucessos como Olhar 43, A Cruz e a Espada e Revoluções por Minuto.
O RPM foi formado por Paulo Ricardo, Luiz Schiavon (teclados), Fernando Deluqui (guitarra) e Paulo “PA” Pagni (bateria). A banda se destacou pelo estilo moderno e pelas letras que abordavam temas políticos e sociais. Seu álbum de estreia, Revoluções por Minuto, lançado em 1985, vendeu 900 mil cópias em um ano e impulsionou o grupo ao estrelato.
Em 1986, o disco Rádio Pirata ao Vivo consolidou o sucesso, com vendas que ultrapassaram 3,7 milhões de cópias. No entanto, apesar da popularidade, o RPM enfrentou turbulências internas, levando à separação oficial em 1987. A banda voltou em 1988 com o disco Quatro Coiotes, mas as tensões continuaram.
Com o tempo, dois membros originais faleceram: o baterista PA Pagni, em 2021, e o tecladista Luiz Schiavon, em 2023. Nos últimos anos, Paulo Ricardo e o guitarrista Fernando Deluqui se envolveram em uma batalha judicial pelo uso do nome RPM.
Briga pelo nome da banda termina nos tribunais
Em 2024, Paulo Ricardo entrou com uma ação na Justiça contra Deluqui, que havia montado uma nova formação da banda com outros músicos. Segundo o cantor, o grupo não contava com nenhum membro original e estaria enganando o público ao se apresentar como RPM.
A Justiça deu ganho de causa a Paulo Ricardo. A juíza Luciana Alves de Oliveira determinou que Deluqui e seus colegas estão proibidos de usar a marca RPM, afirmando que a nova formação está “absolutamente desfigurada” e representa uma “clara desvalorização da marca”.

A decisão considerou ainda que o uso do nome sem a presença de Paulo Ricardo e sem o consentimento dos herdeiros dos membros falecidos fere o legado da banda original.
Deluqui, em sua defesa, afirmou que Paulo Ricardo foi afastado por descumprir acordos e que nunca demonstrou espírito de grupo. Ele negou que o público estivesse sendo enganado e citou exemplos de outras bandas, como Barão Vermelho e Deep Purple, que continuaram com novos integrantes.
Paulo Ricardo defende o legado do RPM
Paulo Ricardo afirma que sua intenção é preservar a história do RPM. Para ele, permitir que uma nova formação use o nome da banda sem vínculo com os fundadores é desrespeitoso com os fãs e com a memória dos colegas falecidos.

Após a decisão judicial, Paulo segue em carreira solo, interpretando os grandes sucessos da banda que marcou uma geração. E nesta quinta, o público de Belém poderá reviver um pouco dessa história com sua apresentação no Mangueirão.