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Roda de cinema vai debater o “Barbenheimer”

Lançados no mesmo 20 de julho, “Barbie” e “Oppenheimer” foram sucesso de crítica e público nos cinemas. FOTO: REPRODUÇÃO/INSTAGRAM
Lançados no mesmo 20 de julho, “Barbie” e “Oppenheimer” foram sucesso de crítica e público nos cinemas. FOTO: REPRODUÇÃO/INSTAGRAM

Wal Sarges

Os apaixonados pela sétima arte estão convidados para a roda de cinema que ocorrerá nesta quarta-feira, 23, a partir das 18h30, no Cineclube Alexandrino Moreira, na Casa das Artes, em Belém. Mediada pelo crítico de cinema Marco Antonio Moreira, a iniciativa conta com as participações dos professores John Fletcher, Alex Damasceno e Ricardo Evandro Martins, além da advogada Natasha Vasconcelos. A entrada é gratuita.

A roda de cinema é uma iniciativa do Centro de Estudos Cinematográficos (CEC) e ocorre mensalmente. Para este mês, foram escolhidas duas obras cinematográficas: “Oppenheimer”, de Christopher Nolan, e “Barbie”, de Greta Gerwig.

“O ano cinematográfico é feito de alguns filmes que chamam muita atenção, seja do ponto de vista da crítica de cinema ou do sucesso de público. Este ano, ‘Oppenheimer’ e ‘Barbie’ chamaram atenção dos dois lados, tanto do ponto de vista da crítica de cinema quanto do público”, explica Marco Antonio.

NARRATIVAS ATUAIS

No live-action da boneca mais famosa do mundo, o dia a dia em Barbieland – o mundo mágico das Barbies – a boneca interpretada por Margot Robbie começa a perceber que talvez sua vida não seja tão perfeita assim, passando a fazer diversos questionamentos sobre sua existência e alarmando suas companheiras.

Logo, sua vida no mundo cor-de-rosa começa a mudar e, eventualmente, ela sai de Barbieland. Forçada a viver no mundo real, Barbie precisa lutar com as dificuldades de não ser mais apenas uma boneca. Acompanhada de Ken (Ryan Gosling), Barbie tem dificuldades para se ajustar e precisa enfrentar vários momentos nada coloridos até descobrir que a verdadeira beleza está no interior de cada um.

“Oppenheimer”, por sua vez, é um filme histórico de drama, baseado no livro biográfico vencedor do Prêmio Pulitzer, “Prometeu Americano: O Triunfo e a Tragédia de J. Robert Oppenheimer”, escrito por Kai Bird e Martin J. Sherwin.

Ambientado na Segunda Guerra Mundial, o longa acompanha a vida de J. Robert Oppenheimer (Cillian Murphy), físico teórico da Universidade da Califórnia e diretor do Laboratório de Los Alamos durante o Projeto Manhattan – que tinha a missão de projetar e construir as primeiras bombas atômicas. A trama acompanha o físico e um grupo formado por outros cientistas ao longo do processo de desenvolvimento da arma nuclear que foi responsável pelas tragédias nas cidades de Hiroshima e Nagasaki, no Japão, em 1945.

O curador da roda de cinema diz que sempre escolhe um tema e um filme para variar o debate. “Achei que era importante trazer esse tema depois de [o filme] ‘A Baleia’, em março. Então, convidei alguns professores que são amigos meus, o John, o Alex e o Ricardo para enriquecer o debate sobre os filmes. A novidade desta vez é a presença da Natasha Vasconcelos, da Rede Amazônica de Política Para Mulheres”, destaca Marco Antonio.

ATUAÇÃO FEMININA

A advogada convidada tem atuação na política com perspectiva de gênero. “Eu queria uma voz feminina para falar sobre ‘Barbie’, que está muito vinculado à questão feminina. A Natasha tem um currículo enorme, é uma advogada vinculada às causas feministas. Ela tem um [perfil no] Instagram chamado ‘Política para Mulheres’, no qual ela estimula a participação feminina na política, onde tem uma grande atuação. É importante ouví-la porque acredito que vai nos ajudar a enxergar o outro lado. Sempre digo que o debate é bom porque se tem aquilo que você não percebeu sobre algo, vem alguém que fala e você passa a perceber. Isso é o legal da coisa”, argumenta.

É importante que as pessoas possam participar e interagir com os convidados, acrescenta o crítico de cinema. “Estamos precisando disso, quanto mais se fala, melhor. Acho que as pessoas estão se fechando muito e quanto menos você ouve, menos competência você tem para falar. Acho que o ato de falar tem muito a ver com o ouvir, a gente tem de se abrir mais. Estou falando de cinema, mas isso serve para qualquer assunto.”

Segundo, Melissa Barbery, coordenadora de Audiovisual e Artes Visuais da Fundação Cultural do Pará (FCP), responsável por gerir a Casa das Artes, a instituição “abraçou o projeto completamente, trazendo uma nova proposta todo mês”. Ela também reforça sobre a importância de se manter o cinema vivo, como um instrumento de transformação social. “O audiovisual como um todo tem uma linguagem universal, ele tem seu lado democrático também, mas não é democratizado, o acesso das pessoas ao cinema precisa ser mais livre”, destacou a coordenadora, por meio da assessoria de comunicação da FCP.

PARTICIPE

Roda de Cinema do CEC debate “Oppenheimer” e “Barbie”
Quando: Hoje, 23, às 18h30;
Onde: Cineclube Alexandrino Moreira (Rua Dom Alberto Gaudêncio Ramos, 236 – Nazaré)
Quanto: Gratuito.