“Uma encantaria amazônica preparada para enfeitiçar o Brasil”. É assim que o músico e compositor paraense Raidol define o seu primeiro disco, “Mandinga”, que chega às plataformas digitais hoje, 9, com patrocínio da Natura Musical via Lei Semear, do Governo do Pará. O trabalho junta ritmos da Amazônia e do Brasil para costurar narrativas apresentadas em várias músicas sobre o amor. O show de lançamento acontece amanhã, 10, a partir das 22h, no Rebujo, na Cidade Velha, com ingressos já disponíveis.
O disco é o grito de um artista pop amazônida. Portanto, Raidol apresenta uma mistura sonora diversificada, que preza pela sua essência nortista. Ritmos como pisadinha, house, eletrocumbia, carimbó, surf music e guitarrada estão presentes em camadas distintas, com uma química específica para cada faixa. A produção musical é de Marcel Barretto, no Studio Budokaos, com co-produção de Will Love e masterização e mixagem de Florencia Saravia-Akamine, além de contar com a colaboração de artistas como Kikito, da novíssima geração da música paraense, e Marcio Jardim, referência da percussão amazônica.
Reafirmando suas lutas de desenvolvimento cultural nortista, a equipe é majoritariamente formada por mulheres, pessoas LGBTQIAPN+ e amazônidas, além das parcerias com outros artistas – que foram escolhidos com uma visão fora do eixo, objetivando a interação entre artistas da região. Sendo assim, o disco também conta com a participação de outros sete artistas autorais, sendo Jeff Moraes, Bruna BG, Layse e Iris da Selva, de Belém; Rawi, de Santarém; além de Dan Stump e Luli Braga, de Manaus.
O conceito pensado para a estética do álbum, segundo o diretor de arte, Vinny Araújo, é a construção de uma imagem quase mística para o jovem artista. “E não poderia ser diferente, visto que ‘Mandinga’ fala da vivência do Raidol enquanto umbandista e amazônida”, pontua o diretor. “Morar na Amazônia é estar imerso num universo de lendas, magia e encantaria. E isso atravessa o religioso, é cultural! Lidamos com mandingas, com ervas para cura, ensinamentos repassados por gerações”, completa.
“Mandinga” também se apresenta como o fim de um ciclo e o início de outro, resultado de uma jornada de trabalho que durou três anos e que teve vários contratempos. Dificuldades que incluíram o falecimento da mãe de Raidol e outros obstáculos significativos abalaram, mas também serviram de motivação para que o artista seguisse forte na caminhada. “É a consolidação de uma jornada, uma finalização de um ciclo tenso. O começo dessa fase já representa os dias mais importantes da minha vida e da minha carreira daqui para frente. Vamos lutar muito para que isso se mantenha em uma crescente constante”, diz.
SHOWS
Agora, depois de muito chão, ele se prepara para entrar na etapa mais importante da carreira, com shows confirmados em festivais e um futuro que promete muito brilho, conquista e performances que carregam a mensagem da Amazônia para o mundo.
Para a celebração do lançamento de “Mandinga”, Raidol promove um grande encontro na casa de shows Rebujo com o objetivo de criar uma noite de imersão nessa mística que permeia o projeto. Seu show vai reproduzir o álbum na íntegra e contará com várias participações especiais, além de músicas já consagradas do seu repertório, como “É Carnaval”, “Sereia” e “Cai Fora”. Além da apresentação de Raidol, o evento ainda terá show de Rawi, o mesmo artista santareno que colaborou com o disco, e os DJs Uiu e Jon Jon.