Psica confirma o 'furacão baiano' Daniela Mercury em Belém

Em uma noite de festa, ontem, no Vila Container, o Psica selou seu line up de 10 anos, destacando-se mais uma vez como o maior festival independente de música periférica da Amazônia. Serão três dias de shows, de 16 a 18 de dezembro, distribuídos em quatro palcos com 40 apresentações, no Espaço Náutico Marine Club, coração da maior periferia de Belém, o bairro do Guamá.

Serão noites de muita mistura musical, com nomes como Daniela Mercury, anunciada durante o evento de ontem, Luedji Luna, Baco Exu do Blues, Liniker, Dona Onete e Victor Xamã.

Com quase 40 anos de carreira, o ‘Furacão Baiano’ e um dos nomes mais expoentes da axé music também tornou-se uma voz de resistência LGBTQIA+ e, em plena preparação para o carnaval, promete fazer do Psica uma verdadeira micareta da diversidade, com os grandes hits que embalam o carnaval de Salvador, como “O Canto da Cidade”, “Nobre Vagabundo”, “Swing da Cor” e “Baianidade Nagô”.

Ela chega ainda com música nova, a “Soteropolitanamente Na Moral”, uma homenagem à capital baiana, que ela criou em parceria com Mikael Mutti, musicista que já está presente em sua carreira desde o clássico álbum “Feijão com Arroz” (1996).

Com este single, Daniela quis resgatar a cultura do frevo de sua própria forma.

“Depois de dois anos sem carnaval, eu queria me referir ao carnaval, também junto com os 30 anos de ‘Canto da Cidade’. Eu estou resgatando o frevo, que é um ritmo que tem sido pouco tocado no carnaval”, explicou em entrevista ao site “PopLine”. A música é ainda a cara do próprio Psica, uma mistura entre o frevo e o trap. “Ele tem uma instrumentação de percussão completamente incomum para o frevo, vários elementos do trap bem nervosos que são gostosíssimos pra gente
sentir a música”, detalhou.

Conterrânea dela, Luedji Luna volta a Belém para apresentar seu mais recente álbum “Bom Mesmo é Estar Debaixo D’água (2020). A baiana é um dos principais nomes da MPB na atualidade. Já Urias traz as vozes de resistência trans de todas aquelas que andam com a “navalha debaixo da língua”. Reinventando o cenário do pop nacional, a mineira apresenta seu primeiro disco, “Fúria”, lançado este ano, além do grande sucesso “Diaba”. E tem Flora Matos, representatividade feminina no rap, vinda diretamente da capital federal, com suas rimas sobre afetividade e os desafios das mulheres no hip hop.

SELO

Depois de criar o próprio selo, a Psica Gang, o festival também trará estes artistas em uma parceria fechada com a Warner Music Brasil, um passo adiante no combate à invisibilidade dos artistas nortistas, com shows de Daniel ADR, Kratos + Mc Íra, Layse e Os Sinceros, Nic Dias e Arthur da Silva. Ainda representando a cena musical paraense, Reggaetown convida Bruno BO, Negro Edi e Bruna BG em shows especiais para o Psica.