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Projeto Lab Fem debate feminismos e artes visuais

A artista e curadora Camila Fialho participa da programação Foto: Paula Vanessa/FCP/divulgação
A artista e curadora Camila Fialho participa da programação Foto: Paula Vanessa/FCP/divulgação

Texto: Wal Sarges

Visibilizar e fortalecer a produção de arte feita por mulheres é o propósito do Laboratório de Arte e Prática Feminista (Lab Fem), que está com inscrições abertas para os workshops que serão realizados durante a programação, de 7 a 12 de novembro, na Casa da Linguagem, em Belém. São convidadas do evento as artistas e curadoras Camila Fialho, Glauce Santos e Ceci Bandeira, além da diretora e curadora do Museu das Mulheres, Sissa Aneleh, e da psicóloga Bárbara Sordi.

O Lab. Fem foi idealizado e hoje é coordenado pela artista visual Carla Evanovitch, que atua como técnica em Gestão Cultural da Fundação Cultural do Pará (FCP). Ela reuniu duas outras técnicas, Luciana Garcez e Jaqueline Sosi, para planejarem o evento. “É um projeto piloto organizado para a FCP, através do Curro Velho e Casa da Linguagem. Neste primeiro evento, os temas partem de discussões dentro das artes visuais, mas gostaríamos de ampliar para outras linguagens futuramente”,
projeta Carla.

Conversas reúnem feministas atuantes em diferentes áreas

A coordenadora conta que o evento surgiu para dar apoio à discussão sobre o feminismo, a partir das artes visuais. “O feminismo é um tema que já vem sendo discutido na obra de arte contemporânea desde a década de 1970 e é possível localizar na obra de arte de mulheres do mundo todo. Com essa programação, pretendemos dar representatividade e democratização do acesso à informação, assim como fortalecer vínculos femininos”, afirma.

Dentro da programação, estão previstos uma conversa e workshop com mulheres atuantes no movimento feminista, em diferentes áreas, como saúde mental e educação, onde se destaca a participação de Barbara Sordi, professora e doutora em psicologia, que ministra dia 10 de novembro, das 14h30 às 17h30, um workshop sobre violência de gênero como tema na obra de arte contemporânea e a arte como recurso terapêutico para mulheres vítimas de violência.

“Entendemos que é missão da Fundação Cultural do Pará trazer esse debate para a cena e, como artista visual e técnica da casa, junto com minhas colegas técnicas e feministas, queremos fazer essa ponte, que proporcione um encontro entre mulheres feministas negras, trans, cis, mães e toda comunidade interessada”, destaca
a coordenadora.

Coordenadora de coletivos sobre gênero, feminismos e violências, a psicóloga Bárbara Sordi é uma das ministrantes de workshop. Foto: Acervo Pessoal
Arte contemporânea como recorte

Os workshops foram pensados a partir do que se vê na produção contemporânea de mulheres no mundo. A exposição internacional “Mulheres Radicais: Arte Latino-Americana, 1960 – 1985”, que esteve no Brasil, inspirou a criação de um workshop de mesmo nome e que será ministrado por Camila Fialho, de 7 a 11 de novembro, das 14h às 17h, e no dia 12, das 9h à 12h. Os demais partiram de um recorte da produção de mulheres brasileiras.

Outros três workshops ocorrem no período de 7 a 11 de novembro: “Arte e Vida: A Produção Feminina em Diálogo com as Questões Amazônicas”, de Ceci Bandeira, das 15h às 18h; “Mulheres Negras nas Artes Visuais”, com Glauce Santos, das 9h às 12h; e “Fotografia Feminina Artística Paraense”, em formato virtual, com Sissa Aneleh, das 18 às 21h. “Teremos uma virtual, no período da noite, pensando na dificuldade que muitas mulheres teriam de estar presentes, em razão de seus trabalhos”,
explica Carla.

“Entendemos a urgência de alguns temas. Como exemplo, cito o workshop que será ministrado por Glauce Santos, onde ela vem tratar do apagamento da produção de arte feita por essas mulheres negras, mas também é importante citar que esse apagamento da produção feminina é presente em toda a história da arte, com uma dose extra de racismo e invisibilização da mulher negra”, aponta Carla.

Bárbara Sordi conta que a ideia do workshop/bate-papo realizado por ela é a abordagem da relação entre a psicologia, o feminismo e a arte. “Vamos tentar nos aproximar das reflexões sobre o papel da arte para o enfrentamento dos sofrimentos, elaboração dos processos psíquicos, mas ainda contextualizar a arte que se torna uma ferramenta para denunciar as violências”.

Quando uma pessoa vê uma fotografia ou uma performance, isso provoca reflexões, então, pode ser usado como ferramenta terapêutica, acredita Bárbara. “Todas as artistas, a partir de suas obras, podem denunciar violências, assim como ela pode ser um recurso para simbolizar ou elaborar as violências. Então, a gente vai ter um momento para ouvir as pessoas e fazer um diálogo bem participativo”, adianta.

 

PARTICIPE

Lab. Fem

Quando: Dias 7 a 12/11.

Onde: Casa da Linguagem (Av. Nazaré, 31).

Link para as inscrições: https://linktr.ee/labfem

Quanto: Gratuito