Projeto Carimbó Galo Duro tem apresentação em homenagem ao gênero musical

Na próxima segunda (26), em comemoração ao Dia Municipal do Carimbó, o Instituto Estadual Carlos Gomes e a Fundação promovem a apresentação do projeto de extensão Carimbó Galo Duro para comemorar a data e mostrar ao público o trabalho desenvolvido pelos alunos e professores da instituição. Durante o evento, que é gratuito e aberto ao público, o grupo apresentará as suas composições próprias no jardim da instituição, a partir das 17h.

Em Belém, foi escolhido o 26 de agosto para comemorar o Dia Municipal do Carimbó com o objetivo de homenagear o dia do nascimento do Mestre Verequete, que é considerado o “rei do carimbó” e um dos compositores mais conhecidos do gênero, que deixou um legado de composições que valorizam a cultura paraense.

Com influências das culturas africana e indígena, o termo carimbó quer dizer ‘pau oco que produz som’. O gênero musical utiliza instrumentos como curimbó, reco-reco, banjo, flauta e ganzá e as músicas retratam tanto o cotidiano como a fauna e flora amazônica. A dança do carimbó é definida como uma dança de roda em pares, com movimentos que imitam animais ou de cortejo do homem para a mulher. Em 2014, o carimbó foi reconhecido como patrimônio cultural e imaterial brasileiro pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional).

O Carimbó Galo Duro surgiu a partir da necessidade de ter um grupo artístico para realizar apresentações de gêneros mais populares. “A partir desta ideia, perguntei aos meus colegas do Núcleo de Percussão, ao técnico Marcelo Cardoso e ao professor Claudionor Amaral se não poderíamos tocar carimbó em uma programação, no bairro de São Braz, em Belém. Então, em fevereiro do ano passado, desenvolvemos um projeto de extensão para promover a vivência do carimbó dentro das dependências do Instituto Estadual Carlos Gomes, com o principal objetivo de estimular os nossos alunos a aprenderem a linguagem característica desse ritmo”, explicou o professor Ricardo Aquino, que é músico do Instituto Estadual Carlos Gomes e responsável pelo projeto.

O grupo faz parte de um núcleo formado por professores e técnicos da instituição, as aulas são destinadas a alunos do instituto e ao público externo, que participam de vivências e fazem pesquisas sobre os mestres e mestras que mantém a tradição musical, além da oportunizar a troca de experiências em torno do ritmo.

De acordo com o técnico em música e professor do Instituto Estadual Carlos Gomes, Ricardo Aquino, o repertório do recital em homenagem ao Dia Municipal do Carimbó trará as obras criadas por ele, em parceria com os integrantes do grupo. “Além do estudo dos mestres e suas obras, nós trazemos a vivência do carimbó para dentro do instituto e também podemos criar as composições do nosso próprio grupo”, explica o professor.

A jovem Steffane Martins, de 18 anos, é uma das integrantes do Carimbó Galo do Duro. Ela conta que conheceu o trabalho do grupo através da internet e logo se interessou. “A primeira vez que vi o Galo Duro foi nas redes sociais e achei muito interessante ter um grupo de carimbó dentro do Instituto Estadual Carlos Gomes”, comenta.

Desde que entrou no projeto de extensão, Steffane vem desenvolvendo várias vivências com o ritmo. “Já estou aprendendo a improvisar nas músicas e, inclusive, esse foi um dos motivos que me levaram a entrar neste projeto de extensão. Essa experiência está me ajudando a conhecer o que é o carimbó através das rodas de conversas com os mestres convidados e as apresentações do grupo. Está agregando muito na minha jornada acadêmica”, conta animada.