Aline Rodrigues*
Nomes e vozes inconfundíveis do carnaval brasileiro se reúnem para fazer a festa do Bloco Kalango, neste sábado, 14, no Espaço Náutico Marine Club. A banda Chiclete com Banana e o cantor Saulo Fernandes são os convidados principais do anfitrião Ricardo Chaves, que alimenta essa história com os foliões paraenses desde a década de 1990, com hits como “É o Bicho”, “Balanço do Trem”, “Deitar e Rolar” e “Clareia”. Além deles, a programação, que inicia às 17h, conta com Nosso Tom, Jeff Moraes, Gabriel Xavier e os DJs da aparelhagem Crocodilo.
O cantor Ricardo Chaves, um dos mais experientes puxadores de trio elétrico, com uma carreira de quase 40 anos e que se confunde com a história do axé music, diz que as expectativas para o bloco são sempre as melhores possíveis, “mais um ano no Kalango, rever a galera de Belém, e dessa vez, em uma casa nova”.
“Vamos estrear em um circuito novo, com convidados consagrados e inéditos. Além das bandas locais (de Belém), tem Chiclete com Banana, que já participa com a gente há dois anos, e pela primeira vez, Saulo Fernandes, no trio elétrico. Acho que vai ser uma festa linda!”, completa.
O local novo, destaca o cantor, permitiu ampliar o número de artistas convidados e criar diferentes dinâmicas para o Kalango, que já tem uma trajetória de sucesso com o público. “A gente vai ter participação de mais gente, e mais opções, com palco e trio elétrico”.
Artistas locais como Nosso Tom, Jeff Moraes e os DJs da aparelhagem Crocodilo se apresentaram no palco; enquanto o trio elétrico sairá em micareta comandada pelo Chiclete com Banana, Saulo Fernandes e o próprio Ricardo Chaves.
“Quanto à parte musical, quem me conhece sabe que eu não prometo muita coisa antes [dos shows] porque eu não sei o que vou tocar. Claro que tem os clássicos, as músicas que sempre rolam, mas tem as músicas que surgem de acordo com o momento. O importante é que a gente vai estar junto de novo, revivendo toda a energia do Kalango”, acrescenta Ricardo Chaves.
O cantor destaca ainda como a relação com os paraenses é muito intensa e começou lá em Mosqueiro, na década de 1990. “De lá pra cá foram muitos encontros e reencontros, como esse que vai acontecer no sábado. E realmente, quando a gente se encontra, eu e a galera do Kalango, tem uma energia muito forte, que é traduzida em alegria e sempre em festas muito bonitas”, orgulha-se o baiano.
Chegando agora para fazer parte dessa história, Saulo Fernandes puxa trio elétrico desde os 18 anos, quando mudou da Bahia para Vitória, no Espírito Santo, e criou a banda Mukeka. Mas seu nome é conhecido do público carnavalesco principalmente em associação à Banda Eva, da qual passou a fazer parte em 2002. Já em carreira solo, a partir de 2013, seguiu lançando seus próprios hits e comandando trios por todo o País.
O que Saulo vai encontrar no Kalango, o Chiclete com Banana já conhece bem. Em seu segundo ano no bloco, a banda, atualmente formada por Khill, Deny, Waltinho, Shanon e Wado Marques, sabe o que faz a alegria dos paraenses. Será uma micareta ao som de hits como “Voa, Voa”, “100% Você” e “Diga Que Valeu”, com coreografias mais do que conhecidas entre os foliões.
Das baterias do samba ao rock anos 70
Carnaval é sinônimo de alegria, reencontro e diversão até o sol raiar e durante todo o dia. E não são só os blocos já consagrados ou com artistas nacionais que garantem a extensão dessa programação. A Escola de Samba da Matinha, por exemplo, acaba de reformar sua sede e vai inaugurar com uma super festa em formato de bloco de carnaval.
O Bloco da Matinha será realizado neste sábado, 14, na nova quadra, a partir das 20h, com a Bateria Show da Escola, show da banda Layse & Os Sinceros e discotecagem com Jack Sainha e Me Gusta. A participação da Matinha também está confirmada no desfile oficial das escolas de samba do grupo especial do Carnaval 2023, mas precisa do apoio para entrar na avenida.
“O evento é uma oportunidade para a comunidade contribuir com as ações da Escola visando seu desfile oficial no Carnaval de Belém. Toda a renda do evento será revertida para custeio de matéria prima para elaboração de fantasias, alegorias, alimentação de trabalhadores e demais despesas”, destaca Rodolfo Trindade, presidente da escola.
Neste ano, a Escola de Samba da Matinha sairá na avenida com o enredo “Tocam em rituais os tambores da Matinha em Louvação a Oxum a Rainha das Águas Doces”, composição de Pixulé e Thiago Meiners. E, claro, será um dos sambas mais tocados no bloquinho que já é para preparar os brincantes para os desfiles oficiais.
DÊ UM ROLÊ
E como Carnaval é diversidade de gosto musical também, estreia este ano o Bloco Dê Um Rolê, que vai resgatar sucessos da década de 1970 em shows da banda Fé no Batuque e da cantora Iara Mê, neste domingo, 15, a partir das 16h, na Maloca das Amazonas, na Cidade Velha.
O próprio nome do bloco faz referência a um clássico da época, música de Moraes Moreira e Luiz Galvão, que foi título do álbum lançado em 1971 pela banda Novos Baianos. “Muitos desses sucessos são lembrados com muito entusiasmo até hoje por terem se tornado, inclusive símbolos de resistência. Por isso, acreditamos que vale a pena relembrar essas músicas de tempo tão especial e em clima de carnaval, misturando com muito samba e marchinhas”, defende o sambista Geraldo Nogueira, idealizador do Bloco.
Assim, o Carnaval será festejado ao som de grandes nomes, como Novos Baianos, Mutantes, Secos e Molhados, Raul Seixas, Tim Maia, Rita Lee, Jorge Ben Jor, além de sambas e marchinhas. A programação também terá a discotecagem da DJ Jack Sainha com set list de hits dos carnavais. E fica o convite para que o público compareça fantasiado, no clima de bloquinho, com confete, serpentina e maisena. Vale até ousar com fantasias relacionadas aos artistas que serão abordados na festa.
BAHTIDÃO
E quem curtiu a folia no Espaço Náutico Marine Club com Kalango, no sábado, tem mais uma opção de bloco passando por lá no domingo, 15. É o Bloco da Manu, que terá sua anfitriã Manu Bahtidão recebendo dois grandes nomes do carnaval brasileiro: a banda É o Tchan e o cantor Jammil. Completam a folia com cara de batidão das aparelhagens, o DJ Elisson “New Age” e o DJ Assayag, além da cantora Richelle Halliday.
Muito antes das dancinhas do TikTok, o É o Tchan, que acabou de completar seus 30 anos, já reunia milhares de fãs para realizarem juntos uma série de coreografias que hoje fazem parte do imaginário popular. Assim, o bloco da Manu já garante momentos icônicos aos som de “Na Boquinha da Garrafa”, “Pau Que Nasce Torto”, “Dança do Põe Põe” e “Disk Tchan”. E, claro, outra garantia de diversão do bloco será com Jammil e Uma Noites, também conhecido apenas como Jammil, outra consagrada banda de axé music, com sucessos como “Praieiro”, “Tchau”, “Ê, Saudade”, “De Bandeja” e “É Verão”.
Pato de Máscara quer fazer Carnaval para toda a família
Com data ainda distante, mas já agregando muita expectativa, também estreia este ano o Bloco Pato de Máscara, idealizado por Vanilza Malcher e organizado por um grupo de amigos, inspirados no belo trabalho do Galo da Madrugada, bloco carnavalesco de Recife. “Será um bloco para todas as idades, crianças, jovens e adultos, pessoas sem e com deficiência, todos estão convidados a se divertir no dia 5 de fevereiro”, diz Vanilza.
O Pato sairá da Praça Waldemar Henrique, às 9h, em direção à Praça do Relógio, no Ver-o-Peso. Vanilza conta que o bloco também fará uma homenagem a Epaminondas Gustavo, personagem do juiz de direito Claudio Rendeiro, falecido em janeiro de 2021, e que tinha muitos amigos entre os participantes do bloco.
“O que queremos é poder levar às ruas um grupo de pessoas que estão felizes por terem vencido esse período de pandemia e, ao mesmo tempo, com alegria, que possamos relembrar nosso querido amigo Epaminondas Gustavo”, diz Vanilza.
A escolha do mascote do bloco ocorreu pelo fato de o pato ser uma marca da culinária paraense, que pode ser feito ao tucupi, comida típica e tradicional do Pará, muito consumida pelos paraenses e turistas que visitam o Estado, especialmente na época do Círio de Nazaré. E ele chega ao bloco estilizado, com máscara e cheio de cores.
O Pato tem ainda sua marchinha carnavalesca, gravada por Pedrinho Callado, Adilson Alcantara e Rebeca Lindsay. “Eu gostei muito de participar da gravação, foi muito divertido e será uma grande festa, as crianças vão se identificar com o bloco, está tudo lindo e vai ser um sucesso em fevereiro”, garante Adilson Alcântara.
*com assessorias de imprensa