Em meio a um contexto de políticas de descentralização e de criação do Fundo Setorial de Audiovisual, surge o projeto Tela Amazônia, visando a contemplação de outros territórios fora do eixo Rio-São Paulo, e o estímulo ao protagonismo da produção da região. Com sua primeira edição realizada no Amazonas, o levantamento agora coleta dados no Pará, regido por uma máxima consoante com os demais estados amazônicos: construir uma teia da produção, e ter esse mapeamento como pano de fundo para o fomento à difusão de manifestações artísticos-intelectuais na região.
“Na última década, muitos fundos foram criados, muitas linhas de investimento, seja de produção para televisões públicas, comunitárias, educacionais, e isso teve uma importância muito grande, porque estamos falando de investimento no setor audiovisual que nunca tinham ocorrido para grande parte dos estados da região amazônica, acredito que Tocantins Rondônia eram estados que nunca tinham tido uma política de investimento na produção audiovisual”, afirma Rodrigo Antonio, coordenador do projeto.
A intenção do Tela Amazônia é contribuir com a construção de novas narrativa de um eixo produtor, com a ajuda dos próprios atores desse segmento: empresas e produtores autônomos, como fotógrafos, diretores, roteiristas, editores, figurinistas e outros. A plataforma começou a ser alimentada desde abril deste ano e ainda conta com um percentual baixo de respostas, mas coleta esse material via formulário até o dia 20 de agosto – disponível em https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLScxyzaGjCsoO-5tzfyTTIZ-lw5TDXtvvkvqHc8NJc-l5F4gXQ/viewform e no próprio site do projeto.
Vale ressaltar que, no estado vizinho, o Amazonas, onde o projeto começou e tem a metade do número de produtoras paraenses, foram coletadas 75 respostas. Ou seja, Rodrigo reforça a importância do Pará na construção de um perfil fidedigno do segmento na Amazônia, já que é o maior estado da região Norte e o que mais capta.
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“O Pará tem uma relevância porque é o estado que, por mais que tenha uma descontinuidade de políticas, houve processos importantes no segmento. Por exemplo, os editais de fomento ao audiovisual que foram feitos pela Funtelpa em 2014, 2018, são editais que acabaram se tornando referência a nível regional, né? Foram investimentos muito importantes. São políticas que nem sempre tem uma continuidade, os recursos também são pequenos, mas ainda sim são políticas públicas que permitem com que os fazedores de cultura, os profissionais audiovisual sigam trabalhando e fazendo seus projetos”, destaca Rodrigo.
Como se constitui o Tela Amazônia
O projeto vem para construir uma espécie de documento vivo, que vem para contribuir assertivamente no incentivo à criação de novos postos de trabalho, na corresponsabilização entre empresas, órgãos públicos e profissionais do mercado, no desenvolvimento do setor audiovisual na região e como ferramenta de discussão e construção de políticas públicas atentas as singularidades do processo de formalização, profissionalização e desafios do mercado da região.
A partir da pesquisa, a gente vai conseguir entender qual é a realidade de produção dessas produtoras, a quê elas se dedicam, o que esses profissionais do audiovisual no Pará visualizam que é necessário para fortalecer e fomentar a nível de política pública e de investimento na produção, na formação, que profissionais faltam aqui. O que a gente precisa é fortalecer e conectar política pública e política educacional, né? Política para cultura e política para a educação.
O Tela Amazônia foi contemplado pelo Programa Cultura Criativa – 2020/Lei Aldir Blanc – Prêmio Feliciano Lana, realizado pela Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Amazonas. Em nova etapa, iniciada em abril de 2022, com apoio do Itaú Cultural, a pesquisa se ampliou para todas as federações do Norte. Nessa fase, o Pará é visto como protagonista, dada a trajetória de produção referência para outros estados da Região, por ter empresas produtoras que mais acessaram recursos de fomento direto do Fundo Setorial Audiovisual na última década.
Os dados da pesquisa Perfil das Produtoras de Audiovisual Amazonense estão disponíveis no link: https://telaamazonia.com/observatorio/3.