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Peça do Grupo Palha conta história de Batista Campos, líder da Cabanagem

Sthéfano Paixão protagoniza espetáculo, que tem direção de Paulo Santana FOTO: WALDA MARQUES/DIVULGAÇÃO
Sthéfano Paixão protagoniza espetáculo, que tem direção de Paulo Santana FOTO: WALDA MARQUES/DIVULGAÇÃO

TEXTO: WAL SARGES

No palco do Teatro Waldemar Henrique (Av. Presidente Vargas, s/n, Praça da República – Campina), o Grupo de Teatro Palha apresenta a história da Cabanagem contada a partir da visão de um de seus maiores nomes: o Cônego Batista Campos. Esta primeira temporada ocorre a partir desta quarta-feira, 12, e segue até sábado, 15, em sessões sempre às 20h, com entrada franca.

De acordo com o ator Stéfano Paixão, em “Batista em Corpo e Fúria” dimensiona-se a importância deste que foi um dos líderes desse movimento histórico no Pará. “É um espetáculo que traz para a cena uma importantíssima página da história brasileira: a Cabanagem, revolta popular ocorrida no Pará entre os anos de 1835 a 1840”.

O ator acrescenta que muito se fala dos outros líderes, como Eduardo Angelim e Félix Malcher, e pouco se aborda o papel crucial de Batista Campos na gênese do movimento. “Ele é considerado por historiadores um mentor intelectual do projeto político da Cabanagem”, explica. Além disso, Batista Campos redigiu o primeiro jornal publicado em Belém – “O Paraense” – e a seguir o “O Publicador Amazonense”.

“A nossa intenção foi colocá-lo de volta ao centro das discussões cabanas. Batista Campos morreu dias antes da tomada de Belém, não viu a Cabanagem acontecer de fato, mas abriu caminho para tudo que se sucedeu depois”, acrescenta Stéfano. O líder cabano, por descuido, teria feito um corte profundo em uma espinha no rosto com sua navalha enquanto se barbeava. O ferimento aparentemente irrelevante infeccionou e levou à sua morte, em dezembro de 1834.

Herói mais humano, longe do “capa e espada” 

Responsável por dar vida ao protagonista desta história, Stéfano conta quais cenas foram as mais especiais para ele. “Eu gosto muito do momento em que ele [Batista Campos] larga a batina, se arma e convoca o povo contra a opressão portuguesa”. O líder cabano foi ordenado em 1805, e destacou-se como sacerdote. “O segundo momento é no meio do espetáculo, quando ele fala da parceria com Felipe Patroni. Ali o personagem traz informações preciosas da história”, acrescenta o ator.

A construção do personagem, segundo Stéfano, foi difícil porque ele precisou se despir da imagem criada em sua cabeça sobre Bastista Campos. “Eu vinha querendo realizar este projeto há 13 anos, então, esse foi o tempo suficiente para eu formular um Batista Campos na minha cabeça com sua têmpera de liderança. A direção do Paulo Santana foi me mostrando um cara mais humano e fragilizado do que um herói épico de capa e espada. Me desfazer daquilo que estava construído na minha imaginação foi difícil e doloroso, justamente, porque fui impulsionado por essa imagem”, admite ele.

A dramaturgia é uma livre adaptação da obra “Batista”, do autor paraense Carlos Correia Santos. O espetáculo é realizado através de emenda parlamentar da deputada federal Vivi Reis, ainda no exercício de 2022.

TEMPORADA

Espetáculo “Batista em Corpo e Fúria”

Quando: De 12 a 15 de julho, sempre às 20h.

Onde: Teatro Waldemar Henrique (Av. Presidente Vargas, s/n, Praça da República – Campina)

Quanto: Gratuito

Informações: (91) 99629-9641/ 98941-9117/ Instagram @teatropalha