Patrimônios brasileiros: exposição propõe experiência sensorial

Wal Sarges

Uma experiência sensorial sobre o patrimônio cultural imaterial brasileiro, tendo como recorte a cultura paraense, é o que propõe a exposição “Manifestações Culturais do Brasil – A Celebração Viva da Cultura dos Povos”. A mostra abre nesta terça-feira, 4, com apresentação do Grupo de Carimbó Sancari, às 18h, e pode ser visitada a partir do dia 5, das 9h às 16h, na Galeria Fidanza, em Belém.

Belém é a primeira capital do Norte do país a receber a exposição, que já circulou em outras sete capitais brasileiras. Fotos, vídeos e uma cenografia planejada para trazer o universo de bens culturais registrados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) serão apresentados para os visitantes. Entre os bens imateriais paraenses, estão o Círio de Nazaré e o carimbó.

“A ideia é provocar uma vibração mais sensorial sobre esses bens imateriais e não torná-la apenas contemplativa. É dar protagonismo a essas manifestações culturais. A nossa proposta é mostrar quem são os fazedores de cultura locais, porque geralmente eles não têm tanta visibilidade, mas a gente quer que eles sejam reverenciados como artistas e suas peças vistas como obras de arte”, explica o produtor e idealizador e coordenador geral do projeto, Luiz Prado.

A capital paraense tem vários componentes que a colocam obrigatoriamente neste circuito, diz o produtor. “Queríamos trazer esta exposição para a cidade há muito tempo, porque Belém é um expoente cultural da região Norte, com expressões culturais fortíssimas, como o Círio, o carimbó, as festividades do Glorioso São Sebastião, na região do Marajó, e outras tantas que a colocam na rota da mostra por ter esses predicados”, destaca ele.

VITRINE

A exposição foi pensada em 2014, para ser uma vitrine do Brasil durante a época da Copa do Mundo, no Rio de Janeiro. “A gente pensou de uma maneira mais diversa em falar do nosso país e nisso, mostrar que os nossos maiores bens são as pessoas, os saberes, as celebrações, a cultura popular do povo, em sua diversidade de Norte a Sul do país. Então, fizemos um recorte do patrimônio imaterial e resultou nesta exposição, que vai além da contemplação de alguma obra de fotos, porque a ideia é que o visitante sinta essa vibração da exposição. O conceito é como se a pessoa estivesse numa grande feira popular sobre a nossa cultura”, diz Luiz Prado.

As obras são todas feitas por mestres, detentores e artesãos, alguns particulares, mas todos refletem os 52 bens de cadeias produtivas de cultura. “É importante dizer que o patrimônio está vivo, gerando protagonismo e fazendo a cultura acontecer”, destaca o produtor.

Sobre os desafios da montagem de uma exposição como essa, Prado destaca que reunir no mesmo espaço tantos universos ricos é o maior deles.