HORA DE TORCER!

Paraenses concorrem ao Prêmio do BTG Pactual da Música Brasileira

Hoje é dia de conhecer os vencedores da 32ª edição do Prêmio BTG Pactual da Música Brasileira (antigo Prêmio Sharp), uma das mais importantes premiações nacionais de música

Paraenses concorrem ao Prêmio do BTG Pactual da Música Brasileira Paraenses concorrem ao Prêmio do BTG Pactual da Música Brasileira Paraenses concorrem ao Prêmio do BTG Pactual da Música Brasileira Paraenses concorrem ao Prêmio do BTG Pactual da Música Brasileira
Foto: Montagem/Divulgação/Canva
Foto: Montagem/Divulgação/Canva

Hoje é dia de conhecer os vencedores da 32ª edição do Prêmio BTG Pactual da Música Brasileira (antigo Prêmio Sharp), uma das mais importantes premiações nacionais de música. A cerimônia da premiação, que este ano homenageia a dupla Chitãozinho e Xororó, será realizada no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, mas poderá ser acompanhada on-line pelo Youtube. E os paraenses terão motivos especiais para ficar de olho nessa transmissão: os paraenses Manoel Cordeiro, Dona Onete e Joelma estão entre os concorrentes deste ano.

Dona Onete foi indicada em duas diferentes categorias Raízes (antiga categoria de música regional). Na primeira, Raízes-Artistas, que celebra artistas pelo conjunto da obra, ela concorre com a conterrânea Joelma, Alceu Valença, Elba Ramalho e o Samba de Coco Raízes de Arcoverde.

“Gente, que notícia maravilhosa. Fico com o coração cheio de alegria, não só por essa indicação tão bonita, mas por ver que a música do Norte, que a gente faz com tanto amor, é reconhecida e valorizada. É bom demais receber esse carinho em vida, depois de tanta dedicação para levar o som da Amazônia pro mundo. Agradeço com toda a minha força, meu chamêgo e treme-treme.”
— Dona Onete

Na segunda, Raízes – Lançamento, ela foi indicada pelo álbum “Bagaceira”, produzido pelos também paraenses Assis Figueiredo e Marcos Sarrazin. Neste caso, a concorrência é novamente com Alceu, por “Bicho Maluco Beleza – É Carnaval” e Elba Ramalho, por “Isso Quer Dizer Amor”, e ainda com J. Velloso, pelo álbum “Recôncavo Experimental” e Mariana Aydar e Mestrinho, por “Mariana e Mestrinho”.

O mestre da guitarrada e multi-instrumentista paraense Manoel Cordeiro é um dos indicados ao pelo álbum “Estado de Espírito”, um trabalho em conjunto com o guitarrista Beto Barreto (BaianaSystem) e o baterista e programador Pupillo (Nação Zumbi).

“A indicação é um estímulo, um impulso na minha carreira. Num momento também em que afirmo a vocação de trabalharmos uma ‘música grande’, com parceiros tão competentes e emblemáticos na história da música brasileira e internacional”, falou Manoel Cordeiro.

“Estado de Espírito”, um projeto de oito faixas, lançado em 2024, concorre na categoria “Lançamento de Instrumental”. O trabalho foi lançado pelo selo Máquina de Louco, e é o registro do encontro dos ritmos da Amazônia com os do Nordeste, provocado inicialmente por Manoel e Beto, que assinam as composições e os arranjos. Pupillo somou com o projeto em seguida, realizando a sintetização do álbum.

“Não esperava essa indicação. Já tive uma outra indicação, indiretamente para o Grammy Latino, com o disco do Pinduca, que produzi, isso já me deixou bem feliz. Mas essa é especial, primeiro que é um disco que a gente quis fazer. Encontrei com Beto Barreto em Salvador, num festival que tinha guitarrista do mundo todo, e ele me falou que gostava tanto da sonoridade da Amazônia, da guitarrada, que sugeriu fazermos um disco juntos, guitarra baiana e guitarra ribeirinha – eu que chamo de ribeirinha. Aí topei e começamos a compor à distância”, disse Manoel, reiterando que o disco acabou ficando uma expressão da verdade musical de cada um deles.

“Dialogamos, interagimos, mas sem perder de vista a nossa característica, isso é o ponto alto desse disco. Você escuta e percebe que tem três músicos tocando juntos, mas percebe o sotaque do Pará, da Bahia e de Pernambuco, principalmente considerando que o Pupilo é um cara pouco conhecido da grande mídia, mas é um cara que é responsável pela estética sonora do Chico Science, que foi um fenômeno. Então, é um cara já experiente, acostumado com emoções, e o Beto Barreto é o líder do BaianaSystem, uma banda que tem o poder de aglutinar plateias aos milhares. E também tenho muita experiência com isso, já fiz banda no Pará”, contou Manoel.

O álbum foi construído à distância, com dois encontros presenciais em estúdios de São Paulo.

“A forma que colocamos que é o diferencial, é um estado de espírito. A gente estava conversando no estúdio, fiquei pensando e disse: ‘nós somos de três estados festivos, festeiros, importantes na música brasileira, e nós estamos fazendo aqui um estado só, transformando esses três estados num estado. Que estado é esse? Estado de Espírito”, contou Manoel.

O álbum “Estado de Espírito” disputa o prêmio com os álbuns “Y’Y”, de Amaro Freitas; “Cadê Tereza”, do Clube do Balanço; “Pra Você, Ilza”, de Hermeto Pascoal; e “Ida e Volta”, de Yamandú Costa.