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Paraenses chegam à Orquestra Sinfônica Brasileira

Instrumentistas que vieram do Vale Música vão fazer residência de seis meses junto a uma das maiores orquestras brasileiras. FOTO: RENATO MANGOLIN/DIVULGAÇÃO
Instrumentistas que vieram do Vale Música vão fazer residência de seis meses junto a uma das maiores orquestras brasileiras. FOTO: RENATO MANGOLIN/DIVULGAÇÃO

Aline Rodrigues

Após um rigoroso processo seletivo, a Orquestra Sinfônica Brasileira selecionou três músicos para participar de uma residência artística de seis meses junto a seus integrantes. Entre eles, estão dois paraenses, o tubista Paulo Sérgio Fonseca, de 30 anos, e o trompista Ezequiel da Rocha, de 24 anos, que são oriundos do Programa Vale Música Belém, no Pará. Eles terão a oportunidade de fazer aulas, participar dos ensaios e tocar com uma das maiores orquestras do país.

A seleção durou cerca de três meses e incluiu diversas fases até a seleção presencial. Puderam se candidatar instrumentistas de orquestras dos polos atendidos pelo Conexões Musicais – projeto de democratização do acesso à música de concerto, realizado pela Fundação OSB desde 2017 e que já promoveu atividades educacionais e culturais em cerca de 30 municípios brasileiros.

“Acredito que tal importância se estende para além daqui, porque significa representar todos que me apoiaram nesta caminhada de dezoito anos estudando música”, diz Paulo Sérgio Fonseca, que já esteve no Rio de Janeiro com a Orquestra Jovem Vale Música e para vivências de uma semana com a OSB, mas é a primeira vez que passará tanto tempo na Cidade Maravilhosa.

O trompista Ezequiel da Rocha, de 24 anos, e o tubista Paulo Sérgio Fonseca, de 30 anos, foram selecionados após rigoroso processo. FOTO: RENATO MANGOLIN/DIVULGAÇÃO

“Sem dúvida é uma oportunidade ímpar. Conviver e seguir a rotina destes músicos desta forma é incrível. Claro que a responsabilidade é enorme, mas a oportunidade de crescer, também. Poder conviver com grandes músicos como os da OSB, sem dúvida nos estimula todos os dias. As vivências nos fazem refletir e buscar amadurecimento constante no âmbito profissional e pessoal”, destaca Paulo Sérgio, que tem como plano enfrentar os “gigantes”.

“É como eu costumava chamar os grandes concertos de tuba solo. Acredito que todo o ensinamento adquirido está me dando base para tocar repertórios que outrora considerava muito distantes, até mesmo impossíveis, e que podem abrir muitos caminhos, seja em uma orquestra ou como professor de tuba”, conta ele.

PROGRAMA DE LONGA DURAÇÃO

As residências de longa duração começaram em 2022 e a Orquestra pretende repetir anualmente a ação, gerando oportunidades para jovens instrumentistas.

“Tem sido de uma importância extraordinária para um crescimento que estou buscando como profissional e como pessoa também. Poder estar aqui [no Rio, com a OSB] está sendo uma das minhas realizações. Pude reencontrar pessoas tão queridas e que sempre estão dispostas a ajudar”, diz Ezequiel, que conheceu a trompa ainda criança e também estudou no Instituto Baccarelli, em São Paulo. Esta é a quarta vez do músico no Rio, sempre através da trompa.

“Poder ensaiar e trabalhar com eles tem sido incrível a cada dia. Poder ver o quão profissionais e humanos eles são (como nós). Ver desde o primeiro ensaio de um repertório até o ensaio geral para o concerto, ver que é possível chegar a esse nível de profissionalismo um dia”, destaca Ezequiel, que posteriormente pensa em seguir aprofundando seus conhecimentos musicais junto à OSB.

A residência de longa duração seguirá até o fim deste ano, quando os alunos se apresentarão em um grande concerto de encerramento, ao lado da Orquestra, previsto para acontecer em dezembro.

Fundada em 1940, a Orquestra Sinfônica Brasileira é reconhecida como um dos conjuntos sinfônicos mais importantes do país. Em seus 82 anos de trajetória ininterrupta, a OSB já realizou mais de cinco mil concertos e é destacada pelo pioneirismo de suas ações, tendo sido a primeira orquestra a realizar turnês pelo Brasil e exterior, apresentações ao ar livre e projetos de formação de plateia.

Composta atualmente por mais de 70 músicos brasileiros e estrangeiros, a OSB contempla uma programação regular de concertos, apresentações especiais e ações educativas.