Os bailarinos paraenses Rullien Polizeli e Aline Moreira são os grandes vencedores do Dance Open Brasil, um dos maiores campeonatos nacionais de dança do país, na categoria samba de gafieira profissional.
Não foi o único título da dupla no evento. Na disputa de grupos, Rullien e Aline também levaram o tecnobrega para o concurso e conquistaram o vice-campeonato, junto a outros seis dançarinos, Kaio César, Carlana Rodrigues, Karen Silva, Krystian Montes, Ana Vitória, e Wendell Silva. O Dance Open Brasil ocorreu no último fim de semana, em São Paulo.
Professores de dança há mais de 15 anos em Belém, Rullien Polizeli e Aline Moreira comandam a Lumiar Escola de Dança, que promove aulas de diversos ritmos, do brega ao hip-hop. Esta é a segunda vez que os dois conquistam o mesmo título. A primeira foi em 2018.
“A gente fica muito feliz de trazer este título para o nosso estado, que é tão dançante e rico culturalmente. Dizemos que somos um povo muito dançante. A gente dança brega, carimbó e tem facilidade para estudar qualquer estilo de dança e, quando se dedica, a gente consegue aprender outros estilos. Além disso, a gente tem artistas da música que têm grande potência, como o Arthur Espíndola, que é um cantor fantástico e tem uma boa produção musical, e a gente valoriza isso com a dança. Então, trazer esse título para cá novamente é muito importante”, afirma Rullien Polizeli.
BANDEIRA
Aline Moreira complementa, ressaltando a força da nossa região. “É muito importante vencer uma competição dessas porque, para nós, do Norte, é ainda mais desafiador. A gente sai da nossa cidade com todas as dificuldades, inclusive financeiras. A gente deixa a família para ir a outro estado e levantar a nossa bandeira e mostrar que aqui tem artistas potentes, inclusive teve outro casal do Pará, de Castanhal, que ficou em segundo lugar no samba de gafieira. É muito importante e gratificante falar sobre esse espaço, através da arte”.
Na competição em grupo, os candidatos puderam escolher um estilo livre de dança. Algumas dessas modalidades foram bachata, sertanejo, forró e zouk. “Nós levamos o tecnobrega e, depois da passagem de palco, que era o momento antes da disputa, os outros dançarinos vieram falar com a gente, falando sobre a coreografia e com interesse na nossa dança. A gente respondia com propriedade e o maior orgulho, além de dar abertura para as pessoas conhecerem mais do ritmo”, comenta Aline Moreira.
Ela diz ainda que o tecnobrega brilhou. “As pessoas ficaram encantadas com o trabalho que a gente levou, com o tecnobrega e o samba. É de extrema importância estarmos nesses atravessamentos com outros artistas de outras cidades e mostrar o nosso tempero, o nosso humor e o nosso açaí, que só a gente tem”, comemora a dançarina.
Rullien Polizeli conta que todas as equipes eram incríveis e foram em grupos e torcidas numerosas. “Eram oito grupos, a maioria de São Paulo, e cada grupo tinha uma média de dez casais, e a gente estava em quatro casais apenas. Até brincamos com o número tão alto de competidores dos outros estados, que estavam em grande torcida também”.
VALORIZAÇÃO
“A nossa contribuição é falar sobre as nossas potencialidades. Nós fomos com um grupo com pessoas experientes e outras que ainda estão começando em campeonatos nacionais. A gente fez um trabalho em conjunto, onde todo mundo contribuiu e se doou. Além disso, a gente quis mostrar a subjetividade de cada um. A gente se vê como um grupo que mergulha nas danças de salão e urbanas, com influências de diversas artes”, destaca Aline Moreira.
Foi muito difícil a rotina de treinamento e ensaios, completa Rullien. “A gente estava se preparando há dois meses para a competição, a gente ensaiava pelo menos seis horas por semana e quando chegou mais perto, a gente aumentou para oito horas semanais. A gente conseguiu se preparar bastante tanto para a apresentação em grupo quanto para casal”, orgulha-se o dançarino e professor.