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Festival: Palco para os ritmos de toda a Amazônia

O grupo Carimbó Selvagem se apresenta durante o festival. FOTO: divulgação
O grupo Carimbó Selvagem se apresenta durante o festival. FOTO: divulgação

WAL SARGES

3º Festival Latinidade traz artistas como Bruno Benitez e Márcio Macedo em shows que congregam sons das diversas Amazônias

Diversos artistas da cena paraense se reúnem no Festival Latinidade, nesta quarta, 15, às 20h, no Teatro Margarida Schivasappa. Bruno Benitez, Júlia Passos, Márcio Macedo e os grupos Carimbó Selvagem e Raízes Latinas participam da festa, cuja entrada será um quilo de alimento não perecível.

Idealizado pelo músico e produtor cultural Márcio Macedo, o Festival Latinidade começou em 2017, com a curadoria artística de Bruno Benitez. Seguiu em 2018, em formato itinerante, passando tanto por teatro quanto casas noturnas e espaços públicos, como a Estação das Docas, e reuniu mais de 20 artistas.

Bruno Benitez assina a direção geral do festival nesta terceira edição novamente e Márcio Macedo apresenta ao público seu trabalho musical. “É importante ter o Márcio representando também a música amazônica, ele que é um grande cantor e compositor”, conta Bruno, que se apresenta ao lado da cantora Júlia Passos.

Segundo o músico, em suas primeiras edições, o festival contou com apoio da Lei de Incentivo à Cultura de Belém, a Lei Municipal Tó Teixeira. Sem esse apoio, passou um intervalo sem ser realizado. Agora, conta com o financiamento da Lei Paulo Gustavo. “É uma versão diferente, em teatro, em um único dia. A gente está muito feliz porque está conseguindo trazer de volta o festival para movimentar o cenário artístico local”, diz Bruno.

Segundo Bruno Benitez, a filosofia do festival perpassa pela visão da Amazônia como um território latino-americano. “A gente às vezes se vê muito separado do Brasil, mais separado ainda da América Latina, por uma questão talvez da língua, das fronteiras geográficas e tudo isso, mas a gente encara que isso tudo é um único território cultural, que tem especificidades. A gente fala outra língua, mas tem uma cultura sonora, uma cultura do dia a dia, até da culinária, tudo isso muito semelhante aos nossos vizinhos de países como a Colômbia, o Peru e a Venezuela. Também tem a questão do contato que a gente tem historicamente com o Centro-América, com a região do Caribe, que vem através das ondas radiofônicas e do comércio. Então, acho que é uma cultura muito unificada e muito conectada”, reflete.

Para Bruno, “o festival vem só para evidenciar que a gente tem e fala muito dos ritmos de origem caribenha, mas a gente tem as coisas que são híbridas, que nasceram aqui, como a lambada, a guitarrada, e tem os ritmos ancestrais que estão aqui, nesse contexto também, como o carimbó. Assim como a gente tem nossos ritmos ancestrais, os outros países da ‘Amazônia Internacional’ também têm.”