Aline Rodrigues
É muito maravilhoso, ainda mais interpretar o Nosso Senhor Jesus Cristo. É algo fora de sério e muito gratificante pra mim!”, falou o ator Hudson Reis, que interpretará Cristo na tradicional encenação da Paixão e Morte de Jesus Cristo, promovida pela Igreja de Queluz, em Canudos. A apresentação volta a acontecer de forma presencial após três anos por conta da pandemia e já tem data para acontecer: no dia 5 de abril tem pré-estreia e no dia 7 tem a apresentação oficial.
“Estamos [trabalhando] desde a segunda quinzena de janeiro, começando pelas oficinas de preparação cênica e depois passamos para etapa de concepção de cenas e também de criação de figurinos por meio de pesquisa de personagens”, falou Aluízio Freitas, diretor geral do espetáculo.
E para viver o personagem principal, Hudson Reis, que é ator há nove anos, tem se preparado muito, com estudos e com a preocupação na caracterização. “Quero que seja algo inesquecível, tanto pra mim, quanto para todos os que forem nos prestigiar nesse trabalho maravilhoso. Vale ressaltar que estou me caracterizando do Rei dos Reis e Senhor dos Senhores, e estou procurando me parecer o máximo fisicamente possível”, contou o ator, que ficou honrado e feliz com o convite.
“É a realização de um sonho fazer este personagem, que vai marcar minha vida para todo sempre. Todos do elenco, direção e sonoplastia me receberam de braços abertos e eu não tenho palavras pra descrever o quão maravilhado estou com tudo isso. Para mim vai ser uma imensa honra, do fundo do meu coração!”, disse o ator.
Com o tema “Paixão de Cristo em Canudos 40 anos. Fé e arte nas ruas. Paixão do Reencontro”, as apresentações deste ano terão a inclusão da tradução em Libras.
“A expectativa é de uma mensagem positiva, por conta desse intervalo de três anos sem o convívio pessoal nos ensaios, mesmo sendo feito por meio de lives. Também temos o aumento gradativo da entrada de pessoas com diversidades de gênero no trabalho, onde os mesmos se sentem à vontade em participar”, falou Aluízio.
A apresentação volta a acontecer num momento importante, pois a montagem deste espetáculo em Canudos celebra seus 40 anos, mesmo que de forma dolorida após a perda de alguns participantes durante o período mais crítico da pandemia.
“Para muitos está sendo de suma importância esse retorno, pois segundo relatos, parece que estavam com um vazio, sentindo falta principalmente no período em que deviam estar nos ensaios e apresentações. Para nós, da coordenação, ainda está sendo muito doloroso lembrar esse período por conta das perdas de dois amigos nossos e inclusive um deles era o narrador oficial do personagem Jesus. Sentimos um baque enorme, ainda mais que o falecimento dele foi no dia da live, bem no momento de iniciarmos o espetáculo de forma online”, contou Aluízio, que participa da encenação desde o início, mas está como coordenador há 27 anos.
Participam da encenação em média 110 pessoas, entre jovens e adolescentes, sendo 70 no elenco e 40 entre produção cênica, equipe técnica, músicos e equipe de apoio.
“É muito gratificante, mesmo sabendo da enorme responsabilidade. Sabe aquelas histórias que viram tradição? É essa a nossa situação. A importância desse trabalho não é só minha. Ele acrescenta algo na vida de adolescentes e jovens que participam, são pessoas que sempre estão querendo preencher um vazio em suas vidas e por meio da arte acabam encontrando algo”, pontuou Aluízio.
CAMPANHA
Os organizadores da encenação precisam de ajuda para a montagem do trabalho com: contratações de palcos, luz, som e trio elétrico. Por isso, estão fazendo uma campanha para conseguir recursos. Quem quiser e puder ajudar com qualquer valor, basta fazer um PIX, a chave é 45.538.075/0001-69 (CNPJ).