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Obra de Bruno de Menezes agora é patrimônio cultural do Pará

A proposta nº 746/2023, de autoria do deputado Iran Lima (MDB), declara como Patrimônio Cultural e Artístico de natureza Imaterial do Pará a obra de Bruno de Menezes
A proposta nº 746/2023, de autoria do deputado Iran Lima (MDB), declara como Patrimônio Cultural e Artístico de natureza Imaterial do Pará a obra de Bruno de Menezes

A Assembleia Legislativa do Pará (Alepa) retomou as atividades no Plenário Newton Miranda na manhã desta terça-feira (6), após o recesso legislativo. O fim da pausa regimental das sessões e reuniões das comissões dá início ao segundo semestre no Parlamento, que foi marcado pela apreciação e aprovação de três Projetos de Lei.

A proposta nº 746/2023, de autoria do deputado Iran Lima (MDB), declara como Patrimônio Cultural e Artístico de natureza Imaterial do Pará a obra de Bruno de Menezes, que nasceu em 21 de março de 1893, em Belém (PA). Foi aprendiz de encadernador, passando a ter contato maior com livros, o que colaborou com o gosto pela literatura. Na juventude, formou o grupo “Vândalos do Apocalipse” e, mais tarde, o grupo “Peixe Frito”, deste último fazendo parte Dalcídio Jurandir e Jacques Flores, entre outros de sua geração.

Fundou, em 1923, a revista Belém Nova, que abrigou trabalhos tanto dos modernistas como de antigos companheiros. Em 30 de maio de 1944 tornou-se membro da Academia Paraense de Letras, ocupando a cadeira de Natividade Lima, da qual chegou à presidência. Foi patrono da cadeira n° 2 do Instituto Cultural do Cariri, com posse em 1967. Pertenceu ao Instituto Histórico e Geográfico do Pará e à Comissão Paraense de Folclore.

“Bruno de Menezes foi um poeta e folclorista, um anunciador do modernismo em Belém. Sua poesia canta a raça negra, a cidade que o tempo levou, as tradições e o amor”, disse Iran Lima, que completou: “a necessidade de inserir a literatura local paraense no contexto modernista nacional levou Bruno de Menezes a promover vários debates sobre a renovação literária no Pará. Sua inquietação contagiou alguns intelectuais nativos que produziram obras que dialogaram com a corrente modernista brasileira. Nessa esteira, os modernistas paulistas vieram apenas trocar experiências literárias na Amazônia”.

Dentre as obras no campo da poesia, podemos citar: Crucifixo – 1920; Bailando no Lunar – 1924; Poesia – 1931; Batuque – 1931; Batuque, em braile – 2006; Lua Sonâmbula – 1953; Poema para Fortaleza – 1957; Onze Sonetos – 1960. No campo do Folclore: Boi Bumbá: auto popular – 1958; São Benedito da Praia: folclore do Ver-O-Peso – 1959. Na seara do estudo literário: À margem do “Cuia Pitinga”: estudo sobre o livro de Jacques Flores – 1937. No campo da Ficção: Maria Dagmar (Novela) – 1950 e Candunga (Romance) – 1954.