O que é ser drag? Festival Manas (En)Cena abre as portas da arte drag

O Manas (En)Cena é a possibilidade de abrir as portas da arte Drag para múltiplas “mulheridades”, corpos que se identificam como femininos e são majoritariamente refutados dos espaços desta arte. “Dessa forma, realizar esse laboratório é expandir possibilidades e visibilidade artística para mulheres da Amazônia”, aponta a Drag Themônia da Amazônia Brigitte Liberté, sobre a 5ª edição do evento, que chega à capital com o Laboratório de Arte Drag para Mulheres Amazônidas, de hoje até o dia 9, na Casa das Artes.

O espaço sediará a oficina com 25 mulheres, que aprenderão e aprimorarão suas habilidades artísticas. “Durante quatro dias, vivenciarão oficinas sobre temáticas que tangenciam o universo drag, como história da montação, maquiagem e performance, sempre norteadas por discussões referentes às padronizações estéticas e comportamentais de corpos femininos na sociedade. O laboratório culminará em um espetáculo de performances das mulheres que participarem, que ocorrerá no último dia, apresentando à cidade a mais nova geração de mulheres drags da Amazônia”, detalha Brigitte Liberté, que irá conduzir o laboratório e receberá como convidada a drag Desirée Lo Bianco para aplicar a oficina de maquiagem.

O evento já ocorreu em formato de espetáculo, show virtual, programa de entrevistas e festival de música. Esse ano vem com a super novidade do Laboratório Drag para Mulheres. “O projeto objetiva desmistificar a ideia estereotipada de que apenas homens cis gays podem ser drags e agregar cada vez mais mulheres nesses espaços. Essas ideias normativas de exclusão de corpos femininos da arte Drag só irão se modificar quando mais mulheres estiverem ali, demarcando fisicamente estes espaços. Portanto, pretendo com o laboratório fortalecer esse movimento e convidar mais mulheridades a experimentarem e, caso seja da sua vontade, se consolidarem nessa arte tão potente e libertadora da montação”, destacou Brigitte.

As vagas, que já estão preenchidas, receberam mulheres amazônidas, cis, tras e travestis. Mas todas as pessoas estão convidadas a prestigiar o resultado do processo, o espetáculo final, que ocorrerá na Casa das Artes, dia 9 de agosto, às 19h. O espetáculo final será apresentado pela Drag Dj Coytada. “Será uma grande celebração do nascimento e demarcação de novas mulheres drags na cena Amazônica”, pontuou Brigitte. Nos bastidores também há diversas mulheres e instituições apoiando. O projeto é idealizado e produzido por Brigitte Liberté, financiado pela emenda parlamentar da então deputada federal Vivi Reis, com apoio institucional Fadesp/UFPA e Fundação Cultural do Pará. A estratégia de comunicação é de Belivi Comunicação e tem parceria do Coletivo Noite Suja