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O Marajó estampado em projeto de Andréa Feijó

Usando carimbos, a ideia das oficinas é resgatar iconografias que fazem parte da cultura do Marajó. FOTO: DIVULGAÇÃO
Usando carimbos, a ideia das oficinas é resgatar iconografias que fazem parte da cultura do Marajó. FOTO: DIVULGAÇÃO

O projeto “É do meu quintal que vejo o mundo: o desenho marajoara estampado”, idealizado e coordenado pela artista visual Andréa Feijó, chega ao Marajó neste mês de abril. Com o objetivo de levar conhecimento na área de produção de artes visuais, tendo como base a cultura e a ancestralidade do povo marajoara, o projeto vai chegar especificamente em três municípios da região oriental: Cachoeira do Arari, Salvaterra e Soure.

O projeto foi contemplado no Edital de Artes Visuais – Lei Paulo Gustavo da Secretaria de Cultura do Pará e a Associação O Museu do Marajó, de Cachoeira do Arari, é parceira na iniciativa – irá ceder o espaço cultural Fazendola para a realização da oficina de pintura com carimbos. A programação acontece a partir de hoje, 8, até o dia 13, com mediação de Andréa Feijó e da artesã Célia Helena Segtowich. O público alvo para as oficinas são pessoas maiores de 14 anos.

“Temos um trabalho de serigrafia, mas feita com tela. E essa arte do carimbo vai ser uma nova forma de trabalhar, vai ajudar a fazer, digamos assim, o que a gente já fazia, só que de uma forma diferente. Vai ajudar muito, porque quem não tem habilidade com a tela pode ter habilidade para trabalhar com o carimbo. Então, é uma forma de modificar o trabalho, mas não fugir da nossa essência, que é o grafismo marajoara, que são essas coisas que a gente trabalha aqui no Marajó, que é nossa tradição, a nossa cultura que está se perpetuando de pai para filho”, falou Maria José da Conceição Gama, vice-presidente da Associação O Museu do Marajó, sobre a parceria.

“Cada projeto, cada curso que a gente participa é um aprendizado. É uma forma de somar no conhecimento que a gente já tem como artesã, como pessoa. É uma somatória de tudo que a gente já aprendeu, já viveu e cada cada curso que vem, só faz engrandecer mais o nosso conhecimento”, completou.

No período de 22 a 27 de abril, o projeto aporta na Comunidade do Caju-Una, no município de Soure, e promove oficina na área de artes visuais. Na localidade, foi fechada uma parceria com a Associação dos Moradores. Por lá, uma família de artistas autodidatas que trabalha na produção de pinturas murais também será incluída na ação.

Já em Salvaterra, os moradores da Vila de Joanes irão participar das atividades do “É do meu quintal que vejo o mundo”, onde jovens com idade a partir de 14 anos, homens, mulheres e idosos, poderão integrar as oficinas do projeto, na sede da Associação Educativa Rural e Artesanal da Vila de Joanes. Lá as ações acontecem de 13 a 18 de maio.

Ao final, a Vila de Joanes irá receber uma exposição mural, feita de lambes com as imagens resultantes do projeto expostas no espaço público da vila, em uma grande celebração que visa a integração e o fortalecimento cultural nesta região.

Andréa Feijó diz conta que o Marajó está há quase dez anos em seu percurso criativo, e que o projeto acaba sendo uma troca com a população local. “Desde 2015, o Marajó é a minha casa-ateliê e minha vida está nesse ir e vir entre Belém e Marajó. Inicialmente como um refúgio, um silêncio, um respiro de natureza necessário. Hoje, como um projeto de vida. Arte, educação e design são os territórios que pratico e busco interligar, seja produzindo individualmente, em produções autorais, ou coletivamente, por meio de oficinas, mediando processos de criação em arte e ofícios, experiência que os anos ministrando oficinas na Fundação Curro Velho me proporcionaram. Sou artista e arte-educadora por formação. Acredito na arte como ferramenta potente de conhecimento, de expressão e de transformação social, quando orientada para a economia criativa”, diz ela.