“O álbum tem oito faixas, compostas num período em que não estava morando em Belém. Compus todas as letras e músicas sozinho, então, fala de solidão, distâncias, medos, até mesmo de lutos e também de um certo isolamento recolhido na própria escuridão”, contou Lucas Padilha.
Como as faixas passam por questões existenciais, observações da sociedade e relacionamentos, dando ao álbum uma atmosfera sombria, a sonoridade é considerada por Lucas como “dark”.
“Como algumas letras têm essa temática mais ‘sombria’, a sonoridade é um pouco dark, meio pós-punk com programação de bateria, acho que também por influências do que estava ouvindo e descobrindo naquele momento, tipo Courtney Barnett, Kurt Vile, Barr Brothers, Mark Lanegan, entre outros”, detalhou o músico.
Lucas Padilha iniciou algumas gravações do álbum ainda antes da pandemia. Depois, veio a produção do álbum “Ruído Branco”, em parceria com a cantora e compositora Ana Clara, e “O lugar que ninguém conhece” foi retomado em 2023, na loja Discosaoleo, em Belém. Esta segunda etapa do processo contou com a participação dos demais integrantes do Meio Amargo, na época: Rodrigo Sardo (guitarra) e Manuel Malvar (baixo).
“Acho que esse álbum é especial e representa uma mudança. Primeiro, porque demorou mais do que imaginava para sair, mas finalmente veio. A mudança não é só pela temática ou sonoridade, mas também porque nesse trabalho, apesar de ser um disco bastante autoral, foi um trabalho que foi sendo construído junto de muitas pessoas”, contou Lucas, mas acrescentando que a Meio Amargo é uma banda, assim, futuramente, o que desejam é compor juntos.
O processo de produção do disco também foi permeado pela reflexão sobre o próprio Meio Amargo, associado desde o início a uma espécie de alter ego de Lucas. Paralelamente ao desenvolvimento do álbum, o trabalho conjunto foi se consolidando e agregou na formação a baterista Deni Mello, que não chegou a participar das gravações, mas já tem tocado ao vivo o novo repertório.
O álbum foi gravado entre 2020 e 2023 na Casa da Pedreira e na Discosaoleo; mixado e masterizado por Caio Cruz, com direção artística de Lucas Padilha e produção do Meio Amargo. Além disso, conta com participações especiais de Augusto Oliveira – bateria em “Canção de Livramento (uhnana)”, “Loja de Departamentos”, “Crise de Identidade” e “Quando Você Voltar”; de Erik Lopes – baixo em “Crise de Identidade”; e João Lemos – guitarra e synth em “Vivomorto”.
“Pra falar a verdade, estou muito curioso para saber o que as pessoas vão achar. A minha expectativa é com a reação delas (risos)”, declarou Lucas, sobre o lançamento do novo trabalho. “Voltamos a ensaiar em breve e queremos divulgar muito esse trabalho, tocar bastante por aí e produzir outras coisas para complementar essa história”, finalizou Lucas.
O álbum estará disponível nas principais plataformas digitais de música, junto com os álbuns “Ruído Branco” (2021) e “Tudo o que dissemos que não era” (2017), os EPs “Far from Moscou” (2015) e “Canções simples para pessoas complicadas” (2013), entre outros lançamentos. O novo trabalho conta ainda com foto de capa de Caio Brito e arte de Rodrigo Sardo.