
Com 25 anos no audiovisual, o diretor, roteirista e produtor executivo Fernando Segtowick divide um pouco de sua experiência, na próxima semana, com uma turma formada por pessoas diversas, mas todas interessadas em um assunto em comum: o cinema. A formação é promovida pela Escola Amazuna, em parceria com Amazuna Filmes, Marahu Filmes, FAV-UFPA e ICA-UFPA, com verbas do Edital de Fomento ao Audiovisual – Formação Audiovisual e Mostras e Festivais, da Lei Paulo Gustavo.
“A ideia é falar da minha experiência nesses projetos que estou tocando, desde meu primeiro curta até a produção mais recente, que é ‘Vatapá ou Maniçoba?’, que foi exibido em rede nacional”, comenta Segtowick. Além do prestigiado curta-metragem “Matinta” (2010), que traz Dira Paes como a protagonista, o cineasta tem no currículo o documentário “O Reflexo do Lago”, que estreou mundialmente no festival de Berlim em 2020, retratando os desafios trazidos às populações que vivem em torno da gigantesca hidrelétrica de Tucuruí. E como dito por ele, tem o recente filme “Vatapá ou Maniçoba?”.
“São muitos projetos que eu toquei durante esses anos como diretor. Foram muitos curtas, séries, longas, documentários, tele, enfim de ficção para televisão. Então eu tenho uma experiência de diferentes tipos de projetos. Tem gente que gosta mais de documentário, outros pretendem enveredar mais para ficção e outros ainda estão pensando em fazer uma série”, assim Fernando conta que tenta deixar em aberto quando compartilha suas experiências, alcançando interesses diversos.
Prestar este serviço é uma forma de aprimorar este mercado no qual atua, considera Segtowick. “As funções do audiovisual são muito específicas, cada vez estão mais especializadas, seja na parte de fotografia, de som, de figurino ou de produção executiva. Ainda não tem tantas formações para a questão da direção que é uma função muito específica”, comenta.
Para o cineasta, também é importante que ocorram mais produções paraenses e isso passa pela preparação de novos profissionais. “Ultimamente, a gente teve um incentivo através de leis para que isso [as produções] ocorresse, mas o mercado audiovisual é muito competitivo, muito técnico, muito específico e eu acho que é importante que as pessoas entendam também como funciona esse mercado. Não é uma coisa fácil”.
Ele lembra ainda, que tudo vai muito além dos sets de gravação e ilhas de edição, passando também por etapas de pré-produção, pós-produção, lançamento e divulgação. “É um ciclo longo que os projetos audiovisuais têm”, pontua.
Após anos atuando em sala de aula, atualmente, Fernando Segtowick está dedicado a atividades de formação diversas, incluindo o Marau Lab, projeto de capacitação através da sua produtora Marahu Filmes, que ocorre desde 2019. “Acredito muito na importância da formação e na capacitação. Acho que o conhecimento é uma coisa que deve ser compartilhada. Eu tive o privilégio de poder participar de muitas atividades fora de Belém, laboratórios, eventos de mercado, além de atividades de produção. Então, acho que é necessário, importante, estratégico e fundamental que a gente possa ter atividades como essa para que possam surgir novos talentos e assim torne o audiovisual cada vez mais acessível e mais diverso já que ele ainda é uma área muito difícil chegar e ainda muitas vezes muito elitizado”, finaliza.