Wal Sarges
Após um hiato de cinco anos, a banda NX Zero retoma um encontro com o público. O quinteto, formado por Di Ferrero, Gee Rocha, Filipe, Conrado Grandino e Daniel Weksler, se reuniu para a turnê “Cedo ou Tarde”, que estreia no próximo dia 28 de maio, no Rio de Janeiro. Em Belém, a tour chega somente em agosto, mas hoje, 16, começam as vendas de ingressos.
Em entrevista coletiva on-line, com a participação do Você, os músicos da banda pareciam bastante animados para a turnê, especialmente ao mencionar os desafios para a seleção das músicas que farão parte dos shows. Para eles, assim como para os fãs do grupo, o show será uma grande celebração.
“A gente está muito feliz e ansioso, esperamos muito por esse reencontro. A gente quer entregar o nosso melhor”, afirmou o guitarrista Gee Rocha. Di Ferrero completou: “A gente vive para isso, para ter essa sensação de friozinho na barriga, da boa ansiedade que nos provoca. A gente está igual aos fãs, na mesma sintonia, esperando muito pelos shows. Ninguém aguenta mais esperar”.
São 22 anos de carreira e muitas memórias. Preparar o setlist é um grande problema para resolver, disparou Daniel Weksler. “Acho até engraçado falar nisso, porque tem músicas pessoais que cada um gosta”, afirmou. “Rola a maior treta, a gente está pensando em fazer uma enquete on-line para definir de vez”, arrematou Gee Rocha.
Di Ferrero disse, em tom de brincadeira, que já entregou a questão para a sorte. “A gente mudou várias vezes o set. Vai rolar um ‘jokenpo’ [pedra, papel, tesoura] porque tem muitas músicas para escolher. A gente tem quase certo o setlist, mas a nossa certeza mesmo é que cada show terá uma coisa especial”.
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Depois de circular pelo país, Daniel Weksler comentou que no auge da banda, eles fizeram uma turnê fora do Brasil, para onde eles pensam em retornar no futuro próximo. Mas não deixa claros os rumos do NX Zero enquanto banda. “Planejamos voltar ao Japão após o último show desta turnê em dezembro. A gente se reúne porque se ama e estamos abertos para a conversa, acho que estamos abertos para deixar o que vier rolar”, disse o baterista.
REVIVAL
Talvez a banda tenha sentido a saudade de tocar com todos os integrantes reunidos, a exemplo do que aconteceu com outros grupos, como os Titãs, comentou Di Ferrero. “A gente estava conversando muito sobre isso e percebemos essa movimentação dos artistas e de outras bandas. Sempre teve isso, uns revivals. O que influenciou a gente foi o nosso encontro, fazer uma celebração que nem a gente vai fazer agora. A gente sempre se encontrou na pausa e pensamos nesse assunto, e neste momento, foram os cinco juntos, por isso que a turnê recebeu esse nome. Claro que calhou de estar em um momento muito significativo de reencontro pós-pandemia, o que torna tudo mais especial”, entregou o vocalista.
MATURAÇÃO
Sucesso na cena brasileira do início dos anos 2000, como uma das mais bem-sucedidas referências do chamado “emocore”, o NX Zero conseguiu se reinventar mesmo após a queda do movimento. O sucesso foi tanto que chegou a causar uma crise interna pelas pressões do mercado. Em 2017, os integrantes anunciaram uma pausa na banda por tempo indeterminado, para que os músicos se dedicassem a projetos pessoais. Na ocasião, Di Ferrero declarou, numa participação no programa “Altas Horas”, “em nome da banda”, que a decisão não tinha a ver com briga alguma e que eles chegaram à conclusão de que uma pausa seria saudável para “dar uma renovada” e, quem sabe, voltar com um projeto novo.
No álbum de 2012, a canção “Estrada” (Gonza) fala sobre uma versão posterior da pessoa passado algum tempo. E essa ideia de maturidade trazida pelo tempo e pela experiência, reflete bem a história da banda com a nova turnê, acredita Filipe. “A canção diz como foi importante toda aquela bagagem na vida da pessoa para ela se tornar o que é no presente. A gente está muito seguro da nossa trajetória enquanto artista e pessoas. A gente se sente muito feliz de ter feito isso junto com os nossos fãs”.
