A marca Normando está participando de uma exposição sobre moda sustentável em Londres como parte da programação do London Climate Action Week, que iniciou no último sábado, 21, e segue até domingo, 29. Chamada de “(re)Weaving Amazonia”, a mostra pretende refletir sobre as maneiras que a moda pode honrar, regenerar e valorizar as matérias-primas extraídas da floresta.
Eles participam da mostra com cinco peças: a Bolsa Pirarucu, feita em madeira e apresentada no desfile “Vândalos do Apocalipse”; a Jaqueta de Látex Amazônico, criação com muito da essência da Normando; o top de madeira Mapa do Brasil, com saia de juta e malva da Castanhal Têxtil – ele foi usado pela modelo Emilly Nunes no “Baile da Vogue”; e o vestido Campos Queimados, da última coleção desfilada na São Paulo Fashion Week, a “Chove nos Campos de Cachoeira”, homenagem ao autor marajoara Dalcídio Jurandir.
Fruto da iniciativa Brazil Creating Fashion for Tomorrow (BCFT), o projeto em Londres tem curadoria de Lilian Pacce e Marília Biasi, que também assina o styling das imagens oficiais da exposição. “A curadora do projeto nos convidou e trouxe seus desejos, então indicamos o que achávamos que se relacionava com o tema ‘sustentabilidade e Amazônia’, o que poderia ser interessante para a exposição”, conta o estilista Marco Normando, que dá nome à marca e é seu co-criador junto ao artista visual e publicitário paraense Emídio Contente.
Mais de 30 designers e coletivos criativos brasileiros participam da mostra “(re)Weaving Amazonia”. Entre eles estão nomes consagrados como Alexandre Herchcovitch, Flavia Aranha, Fernando Jorge e Lino Villaventura, além de projetos sociais e ambientais como a paraense DaTribu, a Casa do Rio & Cris Barros e Sateré Mawé & FIT. O público poderá conferir de perto peças criadas com matérias-primas amazônicas como látex, fibras naturais e bio-couro de cacau.
“É um marco muito grande expor nossas peças para pessoas tão influentes e importantes. Na abertura, estiveram presentes o presidente da COP30 Andrea Corrêa do Lago e Beatriz, sua esposa, que ficaram apaixonados pelas nossas criações. A ministra Sônia Guajajara, de quem sempre fui fã, a ministra do Clima da Inglaterra e embaixadores da Inglaterra, todos teceram elogios ao nosso trabalho e isso é muito gratificante”, celebra Marco.
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O estilista acrescenta que sempre busca conversar com todas essas forças políticas. “Se quisermos viver em um mundo com menos desigualdades e mais preocupado com o meio ambiente precisamos agir. Tive trocas muito importantes, falei muito de Belém e estão todos ansiosos pela COP30”.
Exposição e Impacto
A exposição fica aberta ao público até o último dia do evento, no LCAW King’s Cross Hub. Na programação haverá também uma série de palestras, workshops e mesas redondas sobre biodiversidade e práticas regenerativas. Marco Normando e Emídio Contente participaram hoje, 26, de uma mesa de conversa com a escritora inglesa Carry Somers, do Fashion Revolution, com abertura da ministra Sônia Guajajara.
“Nossas expectativas sempre são de olharem para o Norte do Brasil com a notoriedade que o Norte, Amazônia e o Pará deveriam ter desde sempre. Meu trabalho aqui é ser um mediador para que outros criadores possam ser fomentados e que possam ver a potência que temos em mãos”, declara Marco.
Sucesso e Expansão da Marca
A Normando é uma marca brasileira, com origem na Amazônia. “Estamos com um plano de expansão da marca”, diz Marco, destacando que a marca começou com uma coleção pequena, mas que gerou um “boom” imediato. “Ganhamos seguidores notórios, que não conhecíamos antes e que se tornaram parceiros, amigos, clientes e apoiadores da marca. Hoje, temos nossa loja física no bairro de Pinheiros, em São Paulo, e temos feito produções que temos muito orgulho, especialmente com matérias-primas e processos sustentáveis e tecnológicos”, contou ele.
