Entretenimento

Nilson Chaves sobe ao palco do Theatro da Paz

A Fundação Cultural do Pará (FCP), por meio da Casa das Artes, apresenta o show musical “Um canto amazônico”, do cantor e compositor Nilson Chaves Foto: Carlos Borges/Divulgação
A Fundação Cultural do Pará (FCP), por meio da Casa das Artes, apresenta o show musical “Um canto amazônico”, do cantor e compositor Nilson Chaves Foto: Carlos Borges/Divulgação

E segue o barco. A expressão escolhida por Nilson Chaves para dar nome ao seu álbum mais recente e ao projeto guarda-chuva que o engloba, com o qual o cantor e compositor se pôs a navegar na caudalosa rede digital, é cheio de significados. É inflado de energia de vida, composto após Nilson se recuperar de um quadro gravíssimo de covid. Também como uma celebração aos seus 70 anos de vida, mais de 50 deles dedicados à música. E é o barco em que segue pelos ritmos da vida amazônica, que não se represa, mas sim desagua numa riqueza capaz de ser apreendida e apreciada para muito além das terras do Norte.

Como diz o diretor artístico do projeto, o também cantor e compositor Pedro Vianna:
“Nilson tem uma obra central na construção estética da identidade musical amazônica, contribuindo de forma determinante para borrar as fronteiras entre regionalismo e world music, ao ressignificar musicalmente os referenciais rítmicos e poéticos das diversas expressões artísticas da cultura popular da Amazônia”.

É isso. E é o que Nilson entrega no show com que apresenta formalmente o disco ao seu público, esta noite, no Theatro da Paz, cercado de convidados especialíssimos, como a mineira Ceumar, a amapaense Patrícia Bastos, e os paraenses Simone Almeida e Lucas Lima. Além deles, a banda formada pelos músicos que gravaram o disco: Adelbert Carneiro (baixo), Edvaldo Cavalcante (bateria), Davi Amorim (guitarra), Márcio Jardim (percussão), Erivelton (teclado), e Tiana Almeida (vocal).
“Estar no palco com esses companheiros, com os músicos, todos os envolvidos nesse projeto, que é superbonito, vai ser muito especial. A Simone Almeida, além de ser uma grande cantora é minha cunhada, a gente sempre faz shows juntos. Ceumar é maravilhosa, minha amiga, minha parceira de muitos momentos, e a Patrícia Bastos é outra voz belíssima da nossa região amazônica, tive já a felicidade de produzir disco dela. A novidade é o Lucas Lima, que é um jovem compositor, um artista com uma voz maravilhosa, grande intérprete”, derrama-se Nilson.

Contato com novas gerações da música é fundamental

Essa relação com novas gerações, para Nilson, é fundamental. “É uma troca de experiências. Eu tenho a experiência do tempo, mas ele tem a experiência da novidade, da criação, da forma de cantar, e é muito legal. Cada vez que eu encontro um artista de grande qualidade, eu fico muito feliz, e se puder vou convidar, como fiz recentemente com o Allex Ribeiro, que é um artista de Bragança, que apresentei a Zeca Baleiro. Esse é o caminho, a gente tem de fortalecer a nova geração”, diz.

Nilson pensa sempre em continuidade. Esse conceito está no disco de uma maneira muito natural, ele diz. “Depois que a gente concluiu essas gravações, a gente percebeu que ele tinha essa coisa comemorativa da vida mesmo. O próprio ‘segue o barco’ é uma frase que eu considero muito positiva, ‘segue em frente com fé e vamos embora’, e tem outras canções que fazem parte desse trabalho que têm esse contexto”, conta. “Na verdade até falei de comemoração, mas acho que é celebrar a vida, que é uma palavra mais intensa e mais inteira sobre essa proposta”, conclui.

Também se faz no encontro com a arte e a criação. Além de Joãosinho Gomes, parceiro de muitos anos e canções, e outros frequentes como Rogério Batalha, Nilson musicou pela primeira vez letras de Max Reis e Alfredo Garcia. Trouxe ainda vozes não só de Simone e Lucas, que estarão no show, mas no disco também as de Flávio Venturini e Leila Pinheiro.

Planos de turnê e novos clipes em breve

No show, Nilson intercala as canções de “Segue o Barco” com os sucessos da carreira espalhados em 27 discos lançados, como “Sabor Açaí”, “Olho de Boto” e “Tô que tô saudade”. “A  gente precisa dar uma relaxada também no público”, diz Nilson.

Depois desta noite, a ideia é circular com esse show no estado e fora dele, primeiro na região Norte, onde será mais viável manter a estrutura dele com banda e sempre com alguns convidados, como quer Nilson.

Em paralelo, ele continua compondo, com a mesma força e se lançando a novos desafios, como entrar na era dos “single-clipes”, como fez com a canção-título do disco. “A gente tem outras ideias para dar seguimento aos clipes. É a primeira vez que estou fazendo um trabalho com esse tipo de caminho, e foi possível porque tem uma equipe muito boa que tem que dado esse suporte, de internet, em que não sou bom”, diz o artista.

Veja o clipe de “Segue o Barco”

No coração, o mesmo sentimento do começo, mas desta vez muito mais consciente de seu papel: “No começo, inconscientemente eu já fazia um trabalho de música da região amazônica e que de certa forma falava muito mais da beleza do que da dor,  no sentido dos problemas da região. Isso me levou a outro pensamento, que você só protege o que você ama. Esse é um conceito que sempre norteou a minha obra e, mais ainda, entender que eu sou paraense, mas sou muito mais, que eu sou amazônico, que sou de uma região cobiçada pelo mundo, e que isso de certa forma desperta o sentimento de importância”.

NO PALCO

Show “Segue o barco” – Nilson Chaves e convidados

Quando: Hoje, 15, às 20h.

Onde:Theatro da Paz (Praça da República – Campina)

Quanto: De R$ 20 a R$ 80, à venda  no site theatrodapaz.com.br e na bilheteria do teatro.