Aline Rodrigues
A cantora Nazaré Pereira lança hoje, 25, a partir das 20h, no Núcleo de Conexões Na Figueredo, o EP “Xapuri-Pará-Paris”. Além da faixa que dá nome ao disco, ele reúne as canções “Rei do Marajó”, “Chame no Carimbó” e “Barreira do Mar”. Resultando, segundo ela, em um trabalho maravilhosos, “exatamente como eu queria”, exalta.
“Rei do Marajó” e “Xapuri-Pará-Paris” são composições que Nazaré assina em parceria com Aurélia Moura. A primeira faz referências à dança do boi-bumbá, que faz a alegria do povo marajoara; enquanto a segunda é uma homenagem à cidade de Belém e alguns lugares como Santarém, Soure, a Ilha do Combu, os distritos de Icoaraci e Outeiro, além de pontos da capital, como o Ver-o-Peso.
“Aproveitei para homenagear alguns artistas da terra, como Dona Onete, Fafá [de Belém], Joelma, Rosângela Maria, Naieme, Simone Almeida, Lucinha Bastos e a Alba Mariah”, acrescenta Nazaré sobre a faixa-título do EP, destacando especialmente sua citação à pajé Zeneida Lima, do Marajó, e à atriz Dira Paes.
E há espaço ainda para lugares como o Espaço Cultural Apoena e o Coisas de Negro, em Icoaraci, “que são grandes representantes da cultura popular e regional, onde o povo vai se divertir”, define a cantora.
“Chame do Carimbó”, canção em parceria com Heraldo Santos, é uma pequena aula de dança do carimbó; e “Barreira do Mar”, composição de André Nascimento, diz ela, “é uma canção que gosto muito por ser um grande poema, que se refere aos nossos povos indígenas da ilha do Marajó”.
CARREIRA
A cantora completa 45 anos de carreira em 2023 e esse novo trabalho representa vários sonhos realizados e a sua continuidade em falar da Amazônia. “Eu acho que cumpri bem a minha missão de levar nossa cultura para vários países”, comenta Nazaré sobre esta trajetória de quase meio século.
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Nascida em 1939, no município de Xapuri, no Acre, Nazaré perdeu o pai, seringueiro, aos quatro anos de idade e, aos sete, mudou-se com a mãe e o padrasto para Belém, onde fez magistério e lecionou por dois anos.
Mas a paixão pela arte falou mais alto e, no final da década de 1960, ela foi cursar teatro no Rio de Janeiro. Já nos anos 1970, a então atriz e diretora teatral conseguiu uma bolsa de estudos em Nancy, na França, e de lá partiu para Paris, para uma pós-graduação na Universidade de Sorbonne.
Nazaré lançou seu primeiro compacto em 1978, depois de mostrar sua versão da música “Cheiro de Carolina”, de Luiz Gonzaga, para o dono de uma gravadora francesa. E atualmente segue cheia de planos para celebrar esse marco de 45 anos de carreira.
Entre eles, o lançamento de uma biografia, um show e um DVD comemorativo. “Tem um projeto das minhas amigas e amigos, familiares, produtoras de fazer uma fundação em meu nome em Icoaraci”, revela.
Sempre assim, cercada de amigos, ela adianta que o show de lançamento do EP “Xapuri-Pará-Paris” irá reunir vários artistas.
“Todos estão convidados para estarem comigo sem a obrigação de cantar. O que quero mesmo é o encontro, poder abraçar meus amigos e amigas da música depois de tanto tempo afetados e afastados devido à pandemia”, disse Nazaré, que na faixa-título cita a maioria dos artistas que estará presente hoje nesta celebração da amizade.
PARTICIPE
Lançamento do EP “Xapuri-Pará-Paris”
Quando: Hoje, às 20h
Onde: Núcleo de Conexões Ná Figueredo (Av. Gentil Bittencourt, 449)
Quanto: Gratuito
