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Nação Ogan conduz cortejo cultural no Guamá

A banda Floramör faz parte da programação Foto: divulgação
A banda Floramör faz parte da programação Foto: divulgação

Texto: Wal Sarges

Uma programação que prestigia o artista de rua. É assim que a Nação Ogan propõe a o cortejo que ocorre neste sábado, 29, partindo do bairro do Guamá em direção à Escola de Samba Bole-Bole. Durante o trajeto, serão apresentados os resultados das oficinas teatrais e de dança, que culminam com shows da Nação Ogan e da banda Floramör no local.

São quase sete anos de existência da Nação Ogan com projetos ligados à cultura e à valorização das pessoas da comunidade. Este evento é mais uma maneira de alcançar esse propósito, conta a produtora cultural Suellen Ferro.

“Eu sou moradora do bairro do Guamá e sempre vimos o que a falta de assistência cultural e social fazia no bairro. A gente propõe essas atividades para tentar diminuir os números de evasão escolar, tráfico de drogas, além de gravidez precoce e a violência que assola o nosso bairro. O Guamá é um dos bairros que sempre foi um berço de cultura e de produção artística, mas com o passar do tempo, isso diminuiu. Então, esse trabalho vem fazer um resgate disso”, explica.

Tudo termina em festa no Bole-Bole

A programação começa com a concentração do cortejo, às 16h, na praça Benedito Monteiro, depois segue com apresentação da mostra de dança e do resultado da oficina de teatro. À noite, terá apresentação da banda Floramör abrindo o show da Nação Ogan, às 20h, na sede da Bole-Bole.

A cada ano, é escolhido um tema para a apresentação teatral, conta Ny Ferro, que comanda a oficina de teatro. “Tenho tido um olhar diferenciado do que a gente propõe geralmente. Neste ano, pensei em divulgar o que é o Pará. Penso que esse trabalho tem um registro fotográfico, lives, então, acaba chegando a pessoas de todo mundo com a internet. Pensei em falar sobre a lenda do Boto, mas numa outra perspectiva, a de que a mulher não cede a ele sexualmente. Na minha leitura teatral, as mulheres enfrentam o boto e não deixam ele cometer o assédio que se passa na lenda. Para isso, convidei artistas que vêm da própria rua para mostrar sua arte, além de participantes de oficinas anteriores”, detalha Ny Ferro.

Para a vocalista da Floramör, May Coimbra, estreitar a relação com a Nação Ogan é motivo de orgulho. “Conhecemos o grupo Nação Ogan desde 2019 e, desde lá, acompanhamos todos os trabalhos e projetos realizados por eles. A iniciativa dos projetos deles foi o que nos aproximou, pois temos a mesma vontade de movimentar e contribuir com a nossa cidade, principalmente em áreas de vulnerabilidade social, com cultura, música, teatro e dança. Fazer esse show no encerramento destas oficinas, além de ser gratificante, é engrandecedor, pois o Floramör visa as mesmas possibilidades de transformação através da arte”, diz.

O repertório da banda passa pela regionalização tanto do Norte (brega, xote, boi), quanto do Nordeste (axé, samba reggae), dentro da linguagem do reggae, com músicas autorais e algumas versões, que trazem mensagens de esperança, paz e amor. “Estamos ansiosos e animados por fazer um show junto com os nossos irmãos de música, pois a nossa afinidade vai além dos palcos”, conta May.

Floramör é um projeto autoral experimental, idealizado por May e Ras Mancha que trazem a regionalização junto com o reggae, e segundo May, surgiu da vontade de movimentar o cenário autoral em Belém. A banda é formada por May na voz, Ras no violão e voz, Charles Santana no baixo, Pedro Ferpa na bateria, Diogo Craveiro na guitarra e Dayvid Campos
na percussão.

 

PARTICIPE

Cortejo cultural

Quando: 29/10 (sábado), a partir de 16h;

Onde: Sede da Escola de Samba Bole Bole – Passagem da Pedreirinha, 153. Guamá.

Quanto: Gratuito