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Museu Itinerante da Amazônia aporta com exposição no Fórum Landi

A arte de César Oliveira reimagina o centro histórico de Belém junto a outras orbas na mostra FOTO: REPRODUÇÃO/ARTE
A arte de César Oliveira reimagina o centro histórico de Belém junto a outras orbas na mostra FOTO: REPRODUÇÃO/ARTE

Aline Rodrigues

A curadora Jade Jares destaca como a exposição “Passado, presente, futuros” trata um tema atual: “A crise climática e de que forma isso impacta na Amazônia urbana, de como a cidade foi construída de forma colonizada, de costas para os rios e como isso tudo já repercute nas nossas vivências e na questão das nossas cidades”.

A mostra, que marca a segunda edição do Museu Itinerante da Amazônia (MIA), dentro do Fórum Landi, no centro histórico de Belém, mistura peças e intervenções de artistas independentes e pesquisadores do Laboratório da Cidade, que inclui fotografias, vídeos, artes gráficas e digitais, realidade virtual, mapas e a interação com a maquete do centro histórico da cidade.

“Com a exposição queremos trazer esse diálogo com a sociedade. Essa edição está mais interativa, estamos utilizando bastante a inteligência artificial para entender o que a sociedade imagina do futuro das cidades”, disse Jade.

A Amazônia urbana já era o eixo temático principal das obras do MIA em sua primeira edição, realizada no Portal da Amazônia, em uma estrutura retrátil. “Na primeira a gente fez uma intervenção de poucos dias no festival do Dia da Amazônia, em parceria com o Psica, e a gente utiliza muito da arte urbana para dialogar. Nessa edição estamos usando outros métodos, fotografia, artes que mostram um pouco desse futuro distópico que não é está tão distante assim, exemplo disso são as mudanças climáticas que a gente está vivendo dentro das cidades”, destacou Jade.

Nesta segunda edição, o MIA se instala num espaço bastante representativo e que tem tudo a ver com o Laboratório da Cidade, realizador da intervenção: o Fórum Landi, justamente a primeira sede do Lab e que abriga também o Centro de Estudo e Pesquisa do Centro Histórico de Patrimônio Cultural.

“É um espaço do centro histórico de Belém, a gente traz para dentro desse espaço que estuda o centro histórico esse contraponto de como a cidade foi construída a partir do momento que foi colonizada, trazer essa questão da cidade e ancestralidade, como era antes da colonização, a arquitetura indígena, que existia antes e era pensada conforme o clima, uma estrutura não europeizada”, pontuou Jade.

A missão do Laboratório da Cidade, de debater esses temas com a sociedade, se intensifica com Belém na iminência de receber a COP 30, em 2025. “O Laboratório da Cidade, através do Museu Itinerante da Amazônia, quer trazer a reflexão sobre as mudanças climáticas e o quanto essas mudanças afetam e irão afetar muito mais a vida das pessoas. Mais de 70% da população que vive na Amazônia mora nas cidades, então os eventos extremos climáticos, como ondas de calor e alagamentos, serão sentidos de uma forma agravante, justamente pela forma que as nossas cidades na Amazônia são construídas. Seguimos um modelo exogeno de construção, que não respeita a natureza”, falou Lygia Nassar, diretora de Sustentabilidade do Laboratório da Cidade, destacando ainda que a exposição leva à reflexão de como era a vida das sociedades que viviam na Amazônia antes da chegada dos europeus.

“Podemos afirmar, através de pesquisas científicas, que possuíam um modelo de cidade que buscava sua subsistência junto à natureza, sabiam que dependiam da floresta em pé para sobreviverem. Mas hoje vemos movimentações políticas que querem lhes retirar o direito a suas terras, ao invés de valorizá-los, e aprender como seria um possível caminho para a crise climática que vivemos”, destacou ela.

VISITE

Exposição MIA – Museu Itinerante da Amazônia : Passado, Presente, Futuros
Quando: Até 1º/10, de quarta-feira a sábado, das 9h às 17h
Onde: Fórum Landi (Praça do Carmo – Cidade Velha)
Quanto: Gratuito.