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Mostra destaca animações dirigidas por mulheres

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“Dia estrelado”, de Nara Normande, recebeu mais de 20 prêmios, entre eles o da Crítica Brasileira (Abraccine) de Melhor Curta-Metragem no 22º Cine Ceará.
“Dia estrelado”, de Nara Normande, recebeu mais de 20 prêmios, entre eles o da Crítica Brasileira (Abraccine) de Melhor Curta-Metragem no 22º Cine Ceará.

A partir desta sexta-feira, 29 de março, o Itaú Cultural Play disponibiliza uma seleção de animações de curta-metragem dirigidas por mulheres. A mostra “Elas que animam” tem curadoria da equipe da plataforma de streaming gratuita de cinema brasileiro e é composta de dez obras de diferentes estados brasileiros, incluindo a animação paraense “Uma Mão Anima a Outra” (2021), com direção coletiva de Beatriz Belo, Denise Cunha, Leuí Weinert, Mariana Fogo e Paula Abril Marinho. Os filmes ficam disponíveis por 12 meses.

“Uma Mão Anima a Outra” homenageia um punhado de artistas do audiovisual, como as irmãs Elizabeth, Ingrid e Rosane Wagner, Fernanda e Flávia Alfinito, Helena Lustosa, Silvana Delacio e Márcia Deretti. Inspirada em suas produções, o curta-metragem retoma as técnicas de animação usadas por estas personalidades. Poético e surrealista, ele revela uma paisagem tropical de toques modernistas e um homem engravatado que caminha por uma metrópole. Junta-se ao enredo, uma ave que leva uma pessoa para a floresta e é transformada em pássaro.

Além de “Uma Mão Anima a Outra”, outras produções estarão disponíveis na plataforma, evidenciando o papel das mulheres no audiovisual brasileiro e trazendo a diversidade e a riqueza de narrativas embasadas na cultura nacional. São elas: “Guida”, de Rosana Urbes; “A Pequena Vendedora de Fósforos”, de Kyoko Yamashita; “Torre”, de Nádia Mangolini; “Òpárá de Òsùn: Quando Tudo Nasce”, de Pâmela Peregrino; “Dia Estrelado”, de Nara Normande; “Pudim de Morango, dos irmãos Elizabeth, Helmuth, Ingrid e Rosane Wagner; “Ga vī: a Voz do Barro”, de Ana Letícia Schweig, Angélica Domingos, Cleber Kronun e coletivo; “Òrun Àiyé – a Criação do Mundo”, de Jamile Coelho e Cintia Maria; e “Ewé de Òsányìn: o Segredo das Folhas”, de Pâmela Peregrino.

Um dos destaques é “Guida”, premiada em 2015 no Festival de Annecy, considerado a mais importante vitrine do cinema de animação do mundo. Neste filme, Rosana Urbes traz a história da personagem que dá nome ao filme, uma mulher mais velha e com algumas rugas, que tem uma vida cômoda e sem grandes emoções, em uma eterna rotina como arquivista há 30 anos. Isso muda quando ela encontra um anúncio de jornal procurando modelos vivos para posar, fazendo-a se interessar. O filme traz temas essenciais como o envelhecimento, a força das mulheres e o poder transformador.

Já “Dia estrelado”, de Nara Normande, recebeu mais de 20 prêmios, entre eles o da Crítica Brasileira (Abraccine) de Melhor Curta-Metragem no 22º Cine Ceará. No curta, uma família vive em uma região árida e inóspita, habitada apenas por insetos e arbustos retorcidos, sob um céu vermelho escaldante. Todos os dias, um dos meninos costuma recolher água no galho de uma árvore seca. Mas a partir de agora, pedras são a única coisa que jorra da árvore. Com ecos de “Vidas Secas”, livro de Graciliano Ramos e em uma paisagem que lembra as pinturas de Van Gogh, a história traz o drama da seca.

A mostra também apresenta um clássico do cinema de animação brasileiro, “Pudim de Morango”, dirigido pelos irmãos Elizabeth, Helmuth, Ingrid e Rosane Wagner.