LITERATURA EM LUTO

Morre um dos maiores escritores de espionagem, Frederick Forsyth

Autor prolífico, o britânico Frederick Forsyth escreveu mais de 25 livros e vendeu mais de 75 milhões de cópias no mundo todo

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Entre seus best-sellers estão os thrillers políticos "O dia do Chacal" (1971), "O dossiê de Odessa" (1972) e "Cães de guerra" (1974). Foto: Divulgação
Entre seus best-sellers estão os thrillers políticos "O dia do Chacal" (1971), "O dossiê de Odessa" (1972) e "Cães de guerra" (1974). Foto: Divulgação

Autor prolífico, o britânico Frederick Forsyth escreveu mais de 25 livros e vendeu mais de 75 milhões de cópias no mundo todo. Entre seus best-sellers estão os thrillers políticos “O dia do Chacal” (1971), “O dossiê de Odessa” (1972) e “Cães de guerra” (1974).

Forsyth nasceu em Ashford, Kent, no Sudeste da Inglaterra, em 1938. Ele foi educado na Tonbridge School, uma escola interna para garotos na região. Depois de servir como um dos mais jovens pilotos da história da Força Aérea Real Britânica (a lendária RAF), ele passou ao jornalismo.

Forsyth usou sua facilidade para aprender idiomas – além de inglês, falava alemão, francês e russo – para conseguir uma vaga de correspondente em Biafra, território que hoje pertence à Nigéria, mas que esteve independente entre 1967 e 1970. A experiência na África lhe deu material para seu primeiro livro, de não ficção: “The Biafra story”, publicado em 1969.

Forsyth revelaria depois que, durante o período em Biafra, começou a atuar como informante do MI6, uma das agências do serviço secreto britânico. A relação continuou por 20 anos e, segundo ele, não havia pagamento. Logo após esse período, ele escreveu seu primeiro romance, “O dia do Chacal”. Lançado em 1971, a obra se tornou instantaneamente best-seller mundial, transformando seu autor em celebridade.

Baseado em uma das tentativas de assassinato do presidente francês Charles de Gaulle (1890-1970), “O dia do Chacal” foi adaptado para o cinema duas vezes, em 1973 e em 1997 – nesta, o matador profissional do título é vivido por Bruce Willis. Mais recentemente, o livro virou série de TV estrelada por Eddie Redmayne – a primeiro temporada entrou na plataforma Disney+ em novembro de 2024. A segunda está prevista para 2026.

Nos anos seguintes viriam mais sucessos de vendas baseados em intrigas internacionais. Em 1972, “O dossiê Odessa”, romance que narra as aventuras de um repórter alemão tentando descobrir o paradeiro de um ex-comandante de campo de concentração nazista que desapareceu após a Segunda Guerra.

Já “Cães de guerra”, lançado dois anos depois, apresenta um grupo de soldados mercenários europeus contratados por industrial britânico para derrubar o governo do fictício país africano de Zangaro. Inicialmente apresentados como assassinos de aluguel, os protagonistas vão sendo retratados como seguidores de um código moral.

Forsyth morreu nesta segunda-feira aos 86 anos, como informaram representantes da agência editorial The Curtis Brown. “Lamentamos a morte de um dos maiores escritores de thrillers do mundo”, afirmou seu agente literário, Jonathan Lloyd. Segundo a empresa, Forsyth morreu em sua casa na vila de Jordans, no interior da Inglaterra, cercado pela família, após enfrentar uma doença súbita. “Há apenas algumas semanas, sentei-me com ele para assistirmos a um novo e comovente documentário sobre sua vida… E fui lembrado de uma vida extraordinária, bem vivida”, disse Lloyd.

Uma continuação de “O dossiê de Odessa”, intitulada “Revenge of Odessa” (“A vingança de Odessa”, em tradução livre), escrita em parceria com o autor Tony Kent, será publicada em agosto, informou o editor Bill Scott-Kerr.

“Seu passado como jornalista trouxe rigor e uma eficiência quase ‘metronômica’ ao seu método de trabalho. E seu faro e compreensão para boas histórias mantiveram seus romances sempre empolgantes, contemporâneos e renovados”, completou Scott-Kerr.

Confira o trailer da série baseada em O Dia do Chacal: