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Morre Quinho do Salgueiro, intérprete de “Explode Coração” e ícone do carnaval

Quinho marcou época no carnaval carioca
Quinho marcou época no carnaval carioca

O mundo do Carnaval do Rio de Janeiro perdeu uma de suas maiores vozes e personalidades marcantes. Aos 66 anos, Melquisedeque Marins Marques, conhecido como “Quinho do Salgueiro”, faleceu no Hospital Evandro Freire, na Ilha do Governador, vítima de insuficiência respiratória, informa o g1. Quinho, afastado do carnaval desde 2022 devido a uma batalha contra o câncer de próstata, deixa um legado inestimável no cenário artístico e cultural. A morte dele foi registrada na tarde desta quarta-feira, 4.

Quinho do Salgueiro foi uma figura icônica nos desfiles do Carnaval carioca, em especial como intérprete e voz marcante da agremiação Salgueiro. Ele eternizou um dos sambas mais icônicos do carnaval brasileiro: ‘Peguei um ita no Norte’, que estourou em 1993 e até hoje é cantado nas rodas de samba quando há sequência de enredos icônicos. É nessa música que brotou o refrão ‘Explode coração na maior felicidade’, além de citar Belém e o Pará num dos trechos (Sou mais um aventureiro rumo ao Rio de Janeiro, adeus Belém do Pará).

Ao longo de sua carreira, Quinho se destacou não apenas pela potência de sua voz, mas também por personificar o espírito salgueirense, tornando-se uma parte intrínseca da trajetória da escola de samba. Seus famosos gritos durante os desfiles, como “arrepia, Salgueiro, pimba, pimba”, “ai, que lindo, que lindo” e “que bonitinho”, tornaram-se marcas registradas nas memórias dos apaixonados pelo Carnaval carioca.

 

A escola de samba emitiu nota em suas redes sociais lamentando a partida do puxador e evidenciou seu grande talento e serviços prestados ao carnaval.

‘Hoje o Salgueiro Chora! Com profunda emoção e um nó na garganta, comunicamos o doloroso adeus a Melquisedeque Marins Marques, nosso Quinho do Salgueiro, um gigante cuja ligação com o G.R.E.S. Acadêmicos do Salgueiro transcendeu os limites da música e do carnaval. Quinho não foi apenas um intérprete talentoso; ele foi a voz que ecoou em cada conquista, em cada desfile, e que se entrelaçou intimamente com a alma do Salgueiro.

Desde o início, nos anos 90, quando liderou o samba “Peguei um Ita no Norte”, até seu retorno triunfante em 2003 e a gloriosa vitória em 2009 com o enredo “Tambor”, Quinho não era apenas um cantor, mas um poeta que traduzia em notas a essência da nossa escola. Seu retorno em 2018, compartilhando o microfone com Emerson Dias, foi mais do que uma volta; foi o reencontro emocionante de um filho pródigo com a casa que sempre foi sua.
Quinho não apenas cantou para o Salgueiro; ele viveu e respirou cada nota, cada batida do coração acelerado da bateria. Ele personificou o espírito salgueirense, e sua ausência deixa um vazio indescritível. Hoje, não choramos apenas a perda de um grande artista; choramos a partida de um membro querido da nossa família.
Nossos sentimentos se estendem à família do Quinho e a todos que, como nós, compartilham uma conexão profunda com o seu legado. Que sua voz ressoe eternamente nas avenidas, nos corações dos sambistas e em cada canto do Salgueiro. Descanse em paz, Quinho, pois sua música continuará a embalar nossas almas.’