
Pará - Com objetivo de trazer à tona a inclusão, a sustentabilidade e a valorização das identidades culturais da Amazônia, acontece, desta segunda, 24, até 29 de março, a Semana de Moda Amazônica do Pátio Belém, no espaço G5, do shopping. Toda programação é gratuita, e vai contar com desfile, workshops, exibição de curta-metragem, roda de conversa, oficina e exposição. O evento promete democratizar o conhecimento e promover o empoderamento de estudantes, novos criadores e da comunidade em geral.
“A semana contará com uma programação rica e diversa, pensada para inspirar e incluir. Teremos oficinas de passarela, consultoria de imagem e conversas sobre autoestima, diversidade de corpos na moda e empoderamento de pessoas idosas e com deficiência. Os coletivos de moda terão um espaço especial nas rodas de conversa, compartilhando suas vivências e práticas sustentáveis”, falou a curadora do evento, a estilista e professora de Design Alcimara Braga.
A programação foi cuidadosamente elaborada para ser inclusiva, celebrando a diversidade e colocando em foco a moda para pessoas reais. “O principal propósito é destacar que o Norte também é um polo de produção criativa, incentivando o empoderamento e a valorização dos criadores de moda, figurino e trabalhadores da cultura, que se inspiram em nossas raízes, identidade e rica cultura amazônica. Ao longo da semana, buscamos criar conexões emocionais e resgatar a ancestralidade, promovendo uma experiência autêntica e inesquecível”, disse Alcimara, que é idealizadora do Movimento Moda Paraense e do fashion show Moda da Terra.
A programação começa nesta segunda-feira, 24, às 14h, com abertura feita por Alcimara Braga e Movimento Moda Paraense, segue com apresentação da Guajajartess, grupo de dança indígena, pintura corporal com grafismos marajoaras e exibição do curta-metragem “Tempo e Ancestralidade”, que tem direção de Joana Chagas. A partir das 16h, acontece a roda de conversa “Moda Sustentável e Resgate de Identidades: Saberes Ancestrais na Amazônia”. Já a partir das 18h, é a vez de falar sobre “Moda, Sustentabilidade e Ancestralidade na Amazônia: Educação, Turismo, Comunicação e Inclusão”. O dia encerra com desfile da coleção indígena da Guajajartess.
Já o segundo dia do evento, 25, começa às 10h30, com a roda de conversa “Tecendo Histórias: A Influência da Ancestralidade no Design de Moda Amazônico”. Em seguida, tem desfile dos alunos do polo de Moda do Senai. À tarde tem workshop de consultoria de imagem e estilo, “Transformação de Imagem e Estilo: Valorizando a Ancestralidade e Alavancando Sua Marca Pessoal” e “Editorial de Moda e Jornalismo: Valorizando a Ancestralidade, Sustentabilidade e Diversidade na Amazônia”. Já à noite, a partir das 18h, a pauta é “Moda e Ancestralidade na Amazônia: Narrativas Visuais e o Cinema Paraense”.
“Os desfiles apresentarão criações de estudantes de escolas públicas, de cursos de Moda e Figurino, e de profissionais experientes do mercado. Workshops de música para desfiles, oficinas de dança de carimbó e biojoias também farão parte da programação. Haverá ainda discussões sobre audiovisual e fotografia, conectando essas expressões à moda, cultura e ancestralidade”, contou Alcimara. “Como convidado de honra, teremos participação especial do Mestre Damasceno nos falando de cultura e ancestralidade amazônida”, adiantou ela.
O mestre participa da programação no dia 29, a partir das 10h30, no bate-papo “Upcycling Musical e Sonoridade Amazônica: Trilhas Sonoras Sustentáveis e Ancestrais para Desfiles de Moda na COP30”.
“Neste contexto de COP, onde o mundo está olhando para nós, é importante contarmos a nossa própria história. Costumo dizer ‘nada sobre nós, sem nós’. E a moda é para nós também uma forma de comunicação para mostrarmos ao mundo a nossa cultura, diversidade, identidade e ancestralidade”, diz a estilista.