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Matéria da Capa: “Barreira do Mar” estará na trilha sonora de “Cidade Invisível”

O paraense André Nascimento celebra a chegada de sua música, em versão gravada pelo grupo de carimbó Sancari e produzida por ele, na série da Netflix. FOTO: ROGÉRIO UCHÔA
O paraense André Nascimento celebra a chegada de sua música, em versão gravada pelo grupo de carimbó Sancari e produzida por ele, na série da Netflix. FOTO: ROGÉRIO UCHÔA

Aline Rodrigues

A série “Cidade Invisível”, da Netflix, chegou roubando as atenções ano passado, tornando-se uma das mais populares do catálogo da plataforma, não somente no Brasil, mas em todo o mundo. A segunda temporada promete ser ainda mais especial para os paraenses, já que esta foi gravada em Belém. Agora, além de mostrar pontos da Cidade das Mangueiras, outra boa novidade é que sua trilha sonora vai trazer a canção “Barreira do Mar”, do paraense André Nascimento.

Com 36 anos de carreira, inclusive atuando nas artes visuais, com obras em vários museus pelo Brasil, e cantando desde a infância, André conversou com o DIÁRIO DO PARÁ sobre essa experiência inédita em sua carreira. A canção inspirada na Ilha do Marajó e suas encatarias está entre as mais queridas do cantor e regravada por diversos artistas da região. Ela nasceu para falar da sensação dele ao chegar ao território marajoara.

“Foi muito forte, também foi um reencontro e um reconhecimento com meu DNA espiritual, porque lá pude perceber o quão tinha e tenho uma ligação com as encantarias de lá, com as forças da natureza de lá, em especial os encantados do fundo d’água, os caruanas, os caruás. E isso também foi forte para mim, diante de toda essa vivência que passei por lá trabalhando, isso me inspirou profundamente”, falou André.

André Nascimento compôs “Barreira do Mar” quando se mudou para São Paulo, em 2010. FOTO: ROGÉRIO UCHÔA

A canção já está em sua 5ª regravação, a primeira foi do grupo Sancari em 2015, a segunda por Tom Rodrigues, cantor e compositor amapaense que mora no Rio de Janeiro, em 2018; a terceira foi feita pelo próprio André, em Belém, em 2019; a quarta pela cantora Karen Tavares e, mais recentemente, pela cantora Nazaré Pereira, no seu EP “Xapuri-Pará-Paris”, lançado na semana passada.

A gravação que será exibida na série “Cidade Invisível” é a primeira, que André produziu, dirigiu e lançou pelo selo Ná Music em 2015, no CD “A Força do Tambor”, do grupo de carimbó Sancari. “Lá quem cantou a convite meu foi o marajoara Zezinho Viana. Nessa mesma gravação contei com as participações especiais dos queridos Nazaco Gomes (efeitos de vozes) e Marcos Puff (clarinete), além, claro, do arranjador Thiago Albuquerque e do próprio grupo Sancari”, contou o artista.

A versão utilizada na série da Netflix será a do grupo Sancari, produzida por André Nascimento, em 2015. FOTO: DIVULGAÇÃO

“O que eu sei é que ela será executada nas chamadas [de ‘Cidade Invisível’], anunciando a nova temporada e também em alguns momentos em que o personagem Eric, de Marcos Pigossi, aparecer”, explicou o compositor. A produção foca na história de Eric, um detetive da polícia ambiental que, em meio de uma tragédia familiar, descobre que as lendas do folclore são verdadeiras. Com o sucesso da história, não é uma surpresa que a série brasileira tenha sido renovada para uma segunda temporada.

Pigossi terá sua trajetória como protagonista embalada por “Barreira do Mar”. FOTO: DIVULGAÇÃO/NETFLIX
Segunda temporada teve gravações no Pará

Não há como negar que uma das razões que fez com que “Cidade Invisível” se tornasse o grande sucesso que é, foi a ótima escolha do elenco da série. Em sua 2ª temporada, “Cidade Invisível” trará de volta todos os rostinhos já conhecidos, como Alessandra Negrini como Inês, Manu Dieguez como Luna, e há expectativa pela volta de Wesley Guimarães como Isac (Saci), apesar de sua morte no fim da série, há grandes chances de seu personagem voltar através de flashbacks ou até mesmo dos mortos.

Gravada no Pará, a segunda temporada ainda adicionou novos nomes ao seu elenco, incluindo os de Leticia Spiller, Simone Spoladore e Tatsu Carvalho. Spiller vai interpretar uma entidade popular da região Norte do país e vai contracenar com Marco Pigossi. No final da primeira temporada, o mundo das divindades se abriu para Eric. Assim, ele foi introduzido neste meio. A segunda temporada, portanto, nos levará ao reino sobrenatural e veremos o que Eric fará para voltar ao mundo dos vivos.

*Leia a matéria completa na edição de hoje do Diário do Pará