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Manoel Cordeiro celebra a vida no "Baile do Papai" ao lado do filho Felipe

Manoel e Felipe Cordeiro celebram a vida em show FOTO: JOSÉ DE HOLANDA/DIVULGAÇÃO
Manoel e Felipe Cordeiro celebram a vida em show FOTO: JOSÉ DE HOLANDA/DIVULGAÇÃO

Texto: Wal Sarges

Celebrar a vida de Manoel Cordeiro, um ícone da guitarrada, é o propósito do “Baile do Papai”, que ocorre hoje, 21, às 20h, no Teatro do Sesi. O show conta com a participação especial do filho do artista, o cantor e compositor Felipe Cordeiro, e de Layse na bateria.   O convite para o show partiu do Sesi, que percebeu a necessidade de prestigiar a produção musical de Manoel após ele superar a covid-19 e todas as suas complicações no auge da pandemia, em 2020. Para o artista, sua vida é um milagre divino.

“O que eu passei foi muito fora da curva. Eram onze pessoas na mesma UTI onde eu estava e só eu escapei, me sinto um milagre de Deus. Por quatro vezes, eu fui considerado um óbito. Eu nunca me senti tão amado, isso fez toda a diferença. O meu pneumologista disse que não era muito de acreditar na história de corrente de oração, mas no meu caso, ele dizia acreditar. Eu me senti muito amado, e não sabia o quanto até passar por tudo aquilo e da força que isso tem. É um tsunami de emoções. Eu só penso em agradecer, [o show] é uma oportunidade muito grande para agradecer”, afirma Manoel.

Felipe Cordeiro compartilha com o pai desse mesmo sentimento. “É uma honra ser filho do Manoel Cordeiro e fico sempre muito feliz quando rolam oportunidades como essa da gente estar junto no palco, sobretudo, mostrando o trabalho dele. Aprendo muito e me divirto. A banda está incrível, o Teatro do Sesi é maravilhoso e estou com uma grande expectativa de que o público belenense irá comparecer para essa festa”, diz.
No repertório, Felipe vai mostrar as músicas dele com Chico César e uma música nova chamada “Estrelas do Céu e da Terra”. “Ela não foi pensada só nas pessoas que perdemos na pandemia, mas nos que ficaram, ressaltando a esperança da vida. É a primeira vez que tocarei ela em Belém. No show, a gente vai filmar para o documentário [que vai contar a vida de Manoel Cordeiro], gravar um quadro para o programa [“Mixturado”, da TV Cultura] e vamos ter uma participação especial da Layse na bateria, que é uma das pessoas mais interessantes da cena autoral paraense”, elogia o guitarrista.

Uma relação de amor e música com o filho

Manoel Cordeiro comenta sobre o documentário que está gravando e diz que encontrou no show uma oportunidade para fazer o registro de sua relação com o filho e com a guitarrada. As gravações devem permanecer até o final do ano e a previsão de lançamento é para março de 2023. “Em determinado tempo da minha vida, achei que o show seria ideal para registrar, quando estarei com meu filho, Felipe. É uma relação muito legal, na qual, fazemos diversos projetos juntos”.
Entre esses trabalhos, tem o disco “Combo Cordeiro”, que possibilitou a pai e filho fazer uma turnê na Europa. “Eu comecei a tocar na banda do Felipe em 2010 e a partir dessa convivência, nós desenvolvemos uma estética musical de dois guitarristas tocando juntos. Resolvemos fazer o ‘Combo Cordeiro’ que foi muito legal, uma experiência fantástica. A gente tocou em vários lugares do Brasil e na Copa do Mundo de Moscou, em 2018. Aproveitamos as passagens e fizemos muitos shows na Europa. Ele é o terceiro produto da nossa parceria, depois de ‘Manoel Cordeiro e Felipe Cordeiro’”, destaca.
“Combo Cordeiro” é definido por Manoel como um disco amazônico que flerta com sonoridade eletrônica. “A gente sempre mantém um viés cultural regional, mas introduzindo uma experiência sonora diferenciada. O Felipe é um cara muito inteligente e antenado com a produção musical mundial. Então, ele me fornece informações do mundo inteiro e eu forneço um material vindo dessa trajetória artística. É muito legal essa relação da gente. A gente é parceiro também de composição. Tem músicas que ele faz um trecho e eu termino”, conta o guitarrista.
A parceria entre os dois está simbolizada também nas telinhas no programa “Mixturado”, da TV Cultura, destaca Manoel Cordeiro. “É o povo que se vê na tevê. Eu acho que a autoestima do povo aumenta quando se vê na TV. Eu acho a autoestima o ponto chave de qualquer movimentação. O mundo respeita o povo que valoriza sua cultura. Na medida que isso acontece, valoriza-se mais ainda e tem-se o respeito que se quer, principalmente com a música. Eu avalio e percebo que a nossa música feita aqui é muito real e profunda, não falo isso apenas com paixão, mas propriedade”, analisa.

Guitarrista está cheio de novos projetos

A produção musical de Manoel Cordeiro continuou intensa após a recuperação da covid-19. O artista produziu o disco “Levadas de Festa”, pelo selo Sesc, contando com a participação de Kassin Kamal (contrabaixo), Pupillo (bateria) e Marlon Sette (trombone). “A essência desse disco é que eu sou paraense, o Pupillo é pernambucano, o Kassin e o Marlon são cariocas, e o disco saiu festivo. A gente gravou em condições hiper favoráveis, ficamos uma semana em um sítio e ele tem uma sonoridade muito legal. Eu gosto muito desse disco. Uma das novidades é trazer esse show para Belém”, antecipa Manoel Cordeiro.
Mais novidades virão por aí, antecipa Manoel Cordeiro. “Eu preciso criar uma cena. Sinto que neste momento, eu tenho de voltar a Belém, conviver com meus amigos, promover, provocar uma nova cena paraense. Também penso em continuar produzindo e sinto que tem algo que precisa ser cuidado na música. Algo que surge e precisa formatar isso para ir além”, finaliza.