Entretenimento

“Lucia di Lammermoor” encerra Festival de Ópera 2023

A soprano Lyz Nardoto protagoniza “Lucia di Lammermoor”, que tem uma das mais famosas cenas de loucura do mundo da ópera. FOTO: LUCAS MONT/ASCOM TP
A soprano Lyz Nardoto protagoniza “Lucia di Lammermoor”, que tem uma das mais famosas cenas de loucura do mundo da ópera. FOTO: LUCAS MONT/ASCOM TP

AGÊNCIA PARÁ

O centro da história da ópera “Lucia di Lammermoor” é o romance impossível entre jovens de famílias rivais, mas o caminho é bem diferente de “Romeu e Julieta”. A obra, de Gaetano Donizetti (1797-1848), é baseada no romance “A Noiva de Lammermoor”, de sir Walter Scott (1771-1832), cujo foco principal é a loucura que toma conta da protagonista e, de certa forma, de todos ao seu redor. Este clássico, encenado desde 1835, é a última montagem operística que o XXII Festival de Ópera do Theatro da Paz apresenta ao público paraense nos dias 22, 24 e 26 de setembro, às 20h, em três récitas.

Com libreto de Salvatore Cammarano, “Lucia di Lammermoor” se configura como uma obra do Bel Canto italiano, tipicamente romântica, movimento que imperou nas artes, inclusive na ópera, entre o final do século 18 até meados do século 19. Entre as principais características desse movimento está a ênfase no caráter emocional e romântico de todas as matérias e aspectos da vida humana. Imbuída desse espírito, a ópera foi composta por Donizetti no estilo melodramático característico da ópera romântica italiana do início do século 19.

A história é ambientada na Escócia, no final do século 17. A trama enfoca o turbulento romance entre Lucia Ashton (pronuncia-se “Lutchía”, à italiana) e Edgardo di Ravenswood, único sobrevivente da família Ravenswood e inimigo mortal dos Ashtons. Trata-se de uma ópera trágica em três atos, que se inicia nos jardins do castelo de Ravenswood, antes pertencente a esta família, e agora usurpado pelos Ashtons.

“Lucia di Lammermoor” tem uma das mais famosas cenas de loucura do mundo da ópera. Enganada pelo irmão, Enrico, Lucia acabou se casando com Arturo. Mas, a presença de Edgardo, seu verdadeiro amor, faz com que a jovem perceba o erro, mate o marido e enlouqueça de amor.

Em cena, a soprano Lyz Nardoto e o baixo alagoano Fellipe Oliveira, que fará o papel do capelão Raimondo Bidebent. FOTO: LUCAS MONT/ASCOM TP

À frente da regência, o maestro Miguel Campos Neto, que também assume a direção musical do espetáculo, acredita que “Lucia” é capaz de ganhar qualquer espectador (iniciado ou não no mundo das óperas) pelo coração. “Essa ópera é maravilhosa, com história muito passional e uma música encantadora e incrivelmente linda para solos, duetos, coros. Todo drama psicológico é ornamentado pela música”.

E continua: “É uma ópera muito importante para a nossa sociedade, assim como foi no século 19. É a história de uma mulher forçada a se casar com um homem que ela não ama por causa de interesses da família, interesses pecuniários principalmente. E aí fica a pergunta, nós já superamos isso?”, questiona o maestro.

Ainda de acordo com Campos Neto, o pesquisador Guto Ó de Almeida, informou que na primeira fase da ópera em Belém, “Lucia di Lammermor” foi apresentada em doze temporadas, a partir de 1881. “É uma ópera que fez muito sucesso no Pará, foi muito aclamada pelo público paraense. E isso é muito bom, até porque eu tenho certeza de que vai acontecer mais uma vez, e vai conquistar o público. Ela não esteve na primeira temporada de ópera do Theatro da Paz, que foi em 1880, mas na segunda ela já estava, em 1881”.

E mais, dessas doze temporadas, diz o maestro, tem um período em que ela foi apresentada todos os anos. “Todo ano tinha ‘Lucia di Lammermor’, por seis anos seguidos em Belém. Então isso é aclamação popular”.

Em três récitas, o papel-título será cantado pela soprano Lyz Nardoto, e o tenor paraense Hélenes Lopes, radicado em Goiânia, interpretará Edgardo de Ravenswood. O baixo alagoano Fellipe Oliveira fará o papel do capelão Raimondo Bidebent. Já o barítono paraense Idaias Souto será lorde Enrico Ashton, o irmão de Lucia, que quer casá-la com lorde Arturo, interpretado pelo paraense Antônio Wilson. Fecham o elenco o tenor Alexsandro Brito, interpretando Normanno, e a mezzo-soprano Carolina Faria no papel de Alisa.

LÍRICO

Festival de Ópera do Theatro da Paz apresenta: “Lucia di Lammermoor”
Quando: Dias 22, 24 e 26 de setembro, às 20h.
Onde: Theatro da Paz (Rua da Paz, s/n – Campina)
Quanto: R$70 inteira e R$35 meia (plateia, varanda, frisas e camarotes de 1ª ordem); R$50 inteira e R$25 meia (camarotes de 2ª ordem); R$40 inteira e R$20 meia (galeria); R$30 inteira e R$15 meia (paraíso); R$35 (proscênio PCD); à venda na bilheteria do teatro e no site www.ticketfacil.com.br.
Informações: (91) 98590-3523