SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Um estudo promovido por um consórcio internacional de pesquisadores concluiu que Leonardo Da Vinci pintou a ‘Mona Lisa’, utilizando um ovo.
A conclusão dos pesquisadores da Universidade de Pisa, na Itália, do Instituto de Tecnologia de Kalsruhe e do Doerner Institut, ambos da Alemanha, foi publicada na revista científica Nature, na última terça-feira (4).
Segundo a publicação, os resíduos de proteína utilizados na tela não são resultado de uma contaminação involuntária ao longo do tempo, mas de uma técnica empregada pelos artistas do século 16 ao século 18.
“Nossos resultados demonstram que, mesmo com uma pequena quantidade de gema de ovo, você consegue atingir uma mudança incrível das propriedades da tinta a óleo, demonstrando como teria sido benéfica aos artistas”, disse Ophélie Ranquet, uma das autoras do estudo, à CNN americana.
De acordo com Ranquet, ainda são poucas as pesquisas sobre o tema, mas os ovos eram empregados na arte desde o Egito Antigo -e não só por uma questão estética.
Os egípcios misturavam gema de ovo, água e pigmentos em pó na pintura de temperas. Contudo, a cor alcançada era bem menos intensa do que o efeito obtido pela tinta a óleo, trazida da Ásia e da Europa na Idade Média e recém-chegada na Itália da Renascença.
Acontece que a tinta a óleo tende a escurecer com o tempo, sobretudo com a exposição à luz. Por isso, Da Vinci e outros mestres da pintura teriam preferido empregar o método mais antigo, com gemas de ovos.