Legado acadêmico de Vicente Salles chega em dois novos livros

Foram lançados nesta segunda,11, no Palacete Faciola, em Belém, os dois primeiros volumes da coleção “A Música e o Tempo no Grão-Pará”, do pesquisador Vicente Salles (1931-2013), referência obrigatória a quem se interessa por temas amazônicos. O primeiro volume aborda o período colonial e é uma reedição revista e ampliada da publicação da década de 1980. Já o segundo é um texto inédito e corresponde à Belle Époque, com destaque especial para o importante papel do Theatro da Paz.

VIÚVA ORGANIZOU AS PUBLICAÇÕES

Os livros foram organizados por Marena Salles, viúva do autor, e Gustavo Fróes, com publicação pela Editora Paka-Tatu, e coordenação de Daniel Araújo, a partir de recursos de emenda parlamentar do então deputado federal Edmilson Rodrigues. Marena destaca que vem trabalhando na coleção desde 2016, com a ajuda da neta Ana Clara Couto Salles, para organizar os quatro volumes da obra, o que foi finalizado em 2019.

Segundo ela, a empreitada foi um “tour de force”. “Tive a ajuda de meus filhos, Marcelo, Mariana e Márcia, e minha neta Ana Clara, na busca de documentos no acervo de Vicente em Brasília e em outros locais como Museu da UFPA – Acervo Vicente Salles, no Arquivo Público do Estado do Pará, no Instituto Histórico e Geográfico do Pará, e no acervo de Vicente no Rio de Janeiro, sob minha guarda”, lembra a viúva do pesquisador.

A pandemia atrasou os trâmites da emenda parlamentar e as exigências burocráticas para liberação do recurso, assim como dilatou valores do orçamento inicial, e tornou possível a publicação apenas dos dois primeiros volumes este ano. “O terceiro e quarto volumes ficarão para momento futuro”, diz ela.

 

LANÇAMENTOS SAEM PELA EDITORA PAKA-TATU

A editora, que já detinha outros títulos de Vicente, foi uma escolha de Marena, que cedeu os direitos autorais à casa. “Eu queria que a Editora Paka-Tatu editasse os livros, por Vicente já ser autor da casa, com livros publicados com a revisão de Paulo Maués Corrêa, que considero meu escudeiro e uma das pessoas que mais conhecem a obra de Vicente Salles e seu estilo de escrever”, destaca.