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Laboratório de Animação do Curro Velho celebra seus 10 anos

Hoje e amanhã, eles realizam uma programação especial para destacar o trabalho realizado nesse período.
Hoje e amanhã, eles realizam uma programação especial para destacar o trabalho realizado nesse período.

Aline Rodrigues

“Mudou tudo, nunca achei que poderia ganhar dinheiro com meus desenhos. O laboratório abriu portas e me fez ser quem sou. Hoje trabalho com isso”, diz Antônio Lobato, 21 anos, cria do Laboratório de Animação do Curro Velho, gerido pela Fundação Cultural do Pará, e que celebra 10 anos de atividades. Hoje e amanhã, eles realizam uma programação especial para destacar o trabalho realizado nesse período, assim como os desdobramentos proporcionados por este espaço de experimentação e aprendizagem da animação audiovisual.

Antônio começou no espaço como aluno, com apenas 13 anos de idade, e hoje trabalha profissionalmente com animação, além disso virou instrutor de animação do Laboratório.

“Fazia oficinas no laboratório desde 2014 e lá pude aprender a fazer animações, conhecer pessoas da área e graças às oficinas pude iniciar minha trajetória como animador e ilustrador. Foi muito gratificante fazer parte da história do Laboratório. Ano passado, através de um convite, retornei para ensinar tudo que aprendi. E vou continuar por lá produzindo curtas animados com os novos animadores que chegaram”, celebra Antônio.

Ele chegou ao Laboratório graças a um desenho que fez para um animador de São Paulo, que publicou nas suas redes sociais e chamou a atenção do Andrei Miralha, idealizador do laboratório.

“[Ele disse que eu] Poderia aprender a animar e depois que conheci [o Laboratório] não parei de ir desde então (risos)”, acrescentou Antônio, que além de instrutor de oficinas de animação trabalha no Estúdio Caudas.

Antônio Lobato é só um dos jovens que teve a vida transformada a partir do laboratório inaugurado em 2013, sendo o primeiro espaço no Estado do Pará dedicado ao ensino-aprendizagem e experimentação da linguagem do cinema de animação, que por meio de oficinas culturais busca estimular a criatividade e a expressão artística de crianças, jovens e adultos.

EXPERIMENTAÇÃO

“Há 10 anos o Curro Velho inaugurou esse espaço de oficinas voltado exclusivamente para a experimentação de técnicas de animação e suas etapas de produção como roteiro, desenho de personagens, ilustração de cenários e até criação de vozes originais. Era um tipo de espaço que não existia em Belém, e até o momento desconheço que haja outro espaço público com essas características. Nesse período criamos um terreno fértil para artistas iniciantes nesse campo, criando essas oportunidades de aprendizado para que cada um deles pudesse encontrar seu caminho na animação”, orgulha-se Andrei Miralha, técnico responsável pelo Laboratório de Animação e atualmente coordenador de Oficinas da FCP.

Como apontado por Andrei, as oficinas que acontecem no laboratório são sobre diferentes técnicas e etapas da animação como: desenho animado, stop motion (com massa de modelar, bonecos e recortes de papel), roteiro, storyboard, desenho de personagem, ilustração de cenários e criação de voz original e dublagem para animação.

“Além das oficinas, desenvolvemos alguns projetos de curtas de animação e projeto de websérie, que contribuem na compreensão de todo o processo de produção de uma obra audiovisual, o que envolve planejamento e supervisão de todas as etapas para a sua execução”, explica Andrei.

No início deste ano, o Laboratório ainda conseguiu efetivar uma parceria importante com a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Educação Superior (Sectet), o que possibilitou uma reestruturação. As dez mesas de luz para desenho foram substituídas por dez computadores com bom desempenho para trabalhos gráficos e todos os equipamentos necessários para desenvolver as atividades.

“Devemos usar mesas de luz em algumas oficinas de iniciação, mas os computadores agilizam muito mais os resultados e, atualmente, a produção de animação em todo o mundo é majoritariamente digital. Os planos agora são continuar com as oficinas regulares e aprimorar o desenvolvimento de projetos de curtas e webséries por meio de oficinas continuadas, com duração de três a quatro meses. Além disso, temos o plano de expandir essa proposta de Laboratório de Animação para outros espaços públicos”, revelou Andrei.