RENOVADOS PARA O JOGO

Jota Quest lança “De Volta ao Novo Volume 2”

Chega hoje às plataformas de música o segundo volume de “De Volta ao Novo”, com nove faixas que completam o mais novo trabalho de estúdio do Jota Quest

Chega hoje às plataformas de música o segundo volume de “De Volta ao Novo”, com nove faixas que completam o mais novo trabalho de estúdio do Jota Quest
Chega hoje às plataformas de música o segundo volume de “De Volta ao Novo”, com nove faixas que completam o mais novo trabalho de estúdio do Jota Quest

Chega hoje às plataformas de música o segundo volume de “De Volta ao Novo”, com nove faixas que completam o mais novo trabalho de estúdio do Jota Quest, cuja primeira parte alcançou o público da banda no ano passado. Com produção de Rick Bonadio, o álbum, primeiro de inéditas depois de “Pancadélico” (2015), traz músicas em que a banda mineira reafirma o que sabe fazer melhor, música pop em alta voltagem, na medida para grandes arenas.

O disco tem um tom de reencontro criativo e de novo começo para o grupo de Rogério Flausino (vocal), Marco Túlio Lara (guitarra e violão), Márcio Buzelin (teclados), PJ (baixo) e Paulinho Fonseca (bateria), há quase 30 anos juntos na estrada. Pelo menos é o sentimento que Flausino destaca, ao falar do processo de composição, atravessado pela pandemia.

O vocalista do Jota Quest conta que o disco começou a ser gestado em 2019, depois de eles passarem por um disco acústico e após o lançamento de “Pancadélico”. Seguiu o fluxo a que estavam acostumados, cada um chegando com uma ideia. Veio a pandemia, e “o que ia ser três meses, quatro, parecia que não ia acabar nunca”, lembra o vocalista. Lançaram cinco singles nesse período – que agregam esse segundo volume de “De Volta ao Novo”, por fazerem parte do mesmo conteúdo emocional, explica Flausino -, mas quando finalmente puderam se reencontrar, os trabalhos de composição para o álbum ficaram em segundo plano. “A gente estava doido para tocar, voltar para estrada”, conta.

Ganharam o Brasil com “Jota 25”, turnê comemorativa de 25 anos de carreira, que agora está chegando ao final, depois de mais de dois anos. O tempo necessário, talvez, para reafirmar os laços. No meio da turnê, voltaram a pensar no álbum. Mas quando juntaram as pontas do que cada um tinha, não era o resultado que imaginavam. “A gente se reuniu, ouviu o que tinha e disse, não é mais isso. Vamos começar de novo. Aí a gente resolveu chamar o [produtor musical] Rick Bonadio, primeiro pela experiência que ele tem com banda, trabalhou com muitos estilos musicais, é antenado com o que está acontecendo. Fez muitas bandas legais, como o Charlie Brown Jr. E a gente é uma banda, a gente precisava tocar de novo, realmente tocar junto, para aquilo ganhar um punch novo. Em duas semanas, saímos com o material bruto praticamente pronto”, diz Flausino.

O que não mudou foi o conceito que surgiu lá ainda em 2019, 2020, quando compuseram a música que dá título ao álbum. “Lógico, isso é a nossa banda, mas eu acho que é para a vida de todo mundo. Em vários momentos da sua caminhada, você tem que encontrar dentro de você um motivo para seguir em frente, um propósito. Uma banda de tantos anos, volta para o estúdio, e fala ‘a gente precisa se reinventar, criar algo novo, isso é alimento para a alma, no nosso caso, literalmente, porque a gente vive disso, afinal. Com a chegada do Volume 2, eu acho que a gente fecha com chave de ouro essa temporada, que começa em 2020 e vem tem aqui.”

“De Volta ao Novo Volume 2” contém “os vários Jota Quests”, avisa o vocalista. “Tem o mais dançante, em canções como ‘O Amor é Mágico’, que tem a participação especial do FBC, rapper mineiro, e em ‘Amantes da Sétima Arte’, uma parceria com o Lucas Silveira, da Fresno. O Lucas tem um projeto meio eletrônico, dançante, ele mandou uma onda meio Jamiroquai, e caímos dentro. O lado black taí. Tem o lado canção, que estava até um pouco adormecido nos últimos discos, e chega com ‘Valer o Dia’ e ‘Despertar’, duas canções em parceria com o Wilson Sideral, meu irmão, nosso maior parceiro depois de nós cinco”, lista Flausino.

“Tem outra música, chamada ‘Eu Queria Ser’, que é uma homenagem para a Rita Lee. Ela é nossa primeira parceria com mais um Titã na nossa vida, o Sérgio Britto. É uma música minha e do Marco Túlio, uma brincadeira de um cara que está tentando reconquistar a amada e quer ser várias coisas na vida, até uma canção da Rita Lee, pra ver se ela volta a escutá-lo”, ri Flausino, destacando ainda três interlúdios que fazem as passagens entre os vários climas do disco.

Como num longo casamento, Flausino diz que o Jota Quest passou por suas crises. Mas que ele considera como parte do processo de criar música em conjunto. “É natural que isso aconteça, que role uns estresses, tem época que um está querendo tocar mais, o outro menos. Tudo isso tem que ser o tempo inteiro cuidado, regado, com muita atenção, tem que saber ceder. A gente tem tocado esse barco, é um exercício diário de coletividade, deixar os individualismos de lado, é um trabalho e tanto. Esse disco que a gente está lançando, o que fica é uma grande vitória. Depois de tanto tempo, a gente conseguir se reconectar e fazer um lance legal.”

Para Flausino, um dos maiores exemplos disso, é a turnê “Jota 25”. “Foi a maior turnê que a gente fez, a gente tocou em estádios, isso nunca tinha acontecido. É resultado de trabalho. E é a recompensa de termos nos mantido juntos”, diz.

“Pra você ter uma ideia, a ‘Jota 25’ começou em junho de 2022, nós já tocamos para um milhão de pessoas, sendo que desses, mais 400 mil ingressos foram vendidos só nos shows promovidos pela banda. É muita gente que esteve contigo durante duas horas. Um dos segredos está aí, a gente trabalha muito, mas a gente recebe muita energia das pessoas. Poucos trabalhos dão resultado tão imediato do que você tá fazendo. Você tá ali e a galera canta junto, é isso, tá rolando, tamo no jogo.”