Texto: Aline Rodrigues
O artista visual, produtor cultural e educador de arte Johnatan Ryder apresenta ao público, hoje, 27, às 18h30, a exposição “(Re)Enquadrar”, sua primeira individual. O título escolhido alude ao ato ou efeito de dar novo enquadramento, com o propósito quase subliminar de chamar a atenção para as diferenças de classes.
“As obras expõem também a cultura e a arte de um povo, ora cheio de glória, ora ameaçado por injustiças, no entanto, tudo isso faz parte do cotidiano e vale a pena ser apreciado e até julgado”, falou Ryder, que é formado em Administração e cursa licenciatura em História na Universidade do Estado do Pará. Em cada obra, ele conta que tenta captar diversos aspectos do cotidiano do povo da Amazônia, como a pesca, a religião, entre outros temas.
“Também teremos um quadro que fala um pouco de transparência, de afeto, os fragmentos das relações humanas, o amor, a união, expressadas de diversas formas e em diversas idades. São artes que foram feitas no estilo que eu venho trabalhando um pouco mais, que é o estêncil, que é mais aquele desenho chapado que a gente fala, onde a gente trabalha bastante as sombras, fica algo bem minimalista também. Então, vale a pena também conferir essas novas obras de arte, que vão falar um pouco de cotidiano, religião e de afeto para as pessoas”, completa o artista.
REALIDADE AUMENTADA
A mostra terá ao todo 33 obras, sendo 17 delas em realidade aumentada, desde o primeiro desenho autoral feito pelo artista até alguns criados exclusivamente para a exposição, em técnicas que variam em line art – técnica de desenho composta apenas por linhas, sem acessórios, como preenchimento e sombreamento feitos com técnicas de pintura; e hachura – técnica de desenho que consiste em traçar linhas paralelas ou cruzadas para criar sombras e texturas em um desenho; e com stencil.
“Os visitantes que forem até a exposição poderão baixar o aplicativo que vamos disponibilizar na galeria e ver as animações das artes. De que forma? As pessoas podem abrir a câmera de seus celulares, apontar para cada quadro e há uma animação referente a cada obra. Tem animação que às vezes é uma crítica social, tem uma animação que às vezes não está na obra de arte, tem animação que é um pouco imersiva”, adiantou o artista, que é natural de Vigia, nordeste do Pará, e celebra a sua primeira exposição individual na capital paraense, com a curadoria de Milene Coutinho.
DESAFIO
O artista conta que realizar uma exposição individual na capital do estado é sempre um grande desafio e, por isso, um de seus grandes objetivos – agora cumprido. “A jornada é difícil, porém vi a oportunidade de realizar esse sonho através de um edital cultural representa um momento único na minha carreira profissional”, destacou Ryder, selecionado no edital cultural da galeria onde irá expor.
O artista, que sempre gostou de desenhar, mas não sabia por onde e para onde ir, começou a procurar auxílio de artistas profissionais a partir de 2019 e passou a ter então a arte como profissão em sua trajetória de vida. Logo no ano seguinte, Ryder começou a focar seu trabalho em arte com tecnologia em Vigia, onde vive. Por lá, foi responsável por algumas das mais importantes exposições visuais, como a primeira exposição com videomapping (2021) e a primeira com realidade aumentada (2022).
Durante a abertura de “(Re)Enquadrar”, o artista irá sortear um quadro da Basílica Santuário, a única regra para participar e concorrer é estar presente na vernissage.
VISITE
Exposição “(Re)Enquadrar”, de Johnatan Ryder
Abertura: Terça-feira, 27/02, às 18h30
Visitação: 28/02 a 12/04, de segunda a sexta, das 9h às 17h
Onde: Av. Presidente Vargas, 800, Campina.
Quanto: Gratuito