Da Redação
Coautor de clássicos atemporais da música popular brasileira, como “O Bêbado e a Equilibrista”, “Corsário”, “Jade”, “Papel Machê”, “Linha de Passe”, e tantos outros, o cantor, compositor e instrumentista João Bosco se apresenta neste sábado, 24, em Belém, com o show de sua turnê comemorativa aos 50 anos de carreira.
Em formato de quarteto, João sobe ao palco da Assembleia Paraense ao lado dos músicos Kiko Freitas (bateria), Guto Wirtti (baixo) e Ricardo Silveira (guitarra), com o mesmo show que já circulou pelas principais cidades brasileiras, e ainda pelos Estados Unidos e Europa, com sucesso de público e crítica.
João Bosco diz que este é um show retrospectivo, tocado com o apoio de músicos que já atuam com ele há muito tempo e estão acostumados a esse repertório. Juntos, são capazes de dar nova cor a canções conhecidíssimas e queridas do público brasileiro. “Nesse show você vai ter esses sucessos que começam lá desde o ‘Bala com Bala’, de 1972, passando pelo disco ‘Caça à Raposa’, em que você tem aí o ‘De Frente pro Crime’, o ‘Mestre-Sala dos Mares’. Tem o ‘Galos de Briga’, onde tem ‘Incompatibilidade de Gênios’, enfim, você vai passando esse repertório e chega até o [disco] ‘Abricó-de-Macaco’, que é de 2020”, destaca o cantor.
São canções que imprimem à memória personagens muito brasileiros, diz João Bosco, “uma gente que persiste, que está aí, que permanece, [canções] que falam de pessoas que continuam com as mesmas dificuldades de antes”, diz. “A ideia é voltar à rua para celebrar um encontro com esses personagens. E aí é que está o show, é por isso que a gente vai a Belém, vai cantar os personagens que existem, que são a alegria da nação, que dão à nação o que ela é. E é por isso que a gente fica feliz de poder cantá-las”, conta.
Para o artista, sua produção é fruto de um legado da tradição da música nacional. Traz consigo a herança de gerações de criadores a quem ele apreciou como ouvinte, como Antonio Carlos Jobim, João Gilberto, Moacir Santos, passa por contemporâneos como Paulinho da Viola, Milton Nascimento e Edu Lobo e chega a uma geração que vem depois dele, com músicos como Moisés Marques, João Calvalcanti e Alfredo Del-Penho, que se tornaram parceiros de trabalho.
São gerações que se misturam também na plateia dos shows. “Tem gente que pertence à minha geração e que, de repente, tem filhos e que escuta esse repertório em casa e os filhos acabam conhecendo. Então, você vê músicas como ‘Jade’, como ‘Memórias da Pele’, ‘Papel Machê’, ‘De frente pro crime’, que as gerações mais novas conhecem através dos mais velhos. E quando você chega no show, você encontra gerações diferentes se identificando com a mesma canção. Mas no fundo é isso que importa na música popular brasileira.”