Josie Soeiro/Agência Pará
O ano de 2023 inicia com uma ampla programação para movimentar o cenário cultural de Belém. O Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Cultura (Secult), realiza uma nova edição do Preamar Cabano, desde esse sábado, 7, e se desdobra até o dia 31 deste mês, em diversos espaços da capital paraense, no distrito de Icoaraci e no Marajó. A ação visa celebrar os 407 anos de fundação de Belém, e marcar os 188 anos de uma das principais revoltas populares do País, a Cabanagem.
A primeira atividade, no comecinho da manhã de sábado, reuniu mestres e mestras de carimbó numa “Alvorada Cabana”, no Ver-o-Peso, com grupos como Sancari e Mururé – o carimbó, que nessa época era reprimido na cidade, foi escolhido como símbolo de resistência da cultura. Também teve reprodução de vídeo mapping na fachada do Museu do Estado do Pará, pelo VJ Lobo, com um curta-metragem com um pouco da história da Revolução Cabana.
Nesta segunda-feira (9), às 8h, na sede do Arquivo Público do Pará, será aberta a exposição “Povo Cabano”, uma mostra integrada dos acervos do Museu do Estado do Pará (MEP) e do Arquivo Público. Os visitantes terão uma experiência visual única a respeito das pessoas que participaram do movimento da Cabanagem, por meio de fotografias contemporâneas em sintonia com os documentos históricos. O MEP selecionou imagens produzidas pelo fotógrafo paraense Luiz Braga, retratando rostos que nos remetem a feições de indivíduos amazônicos. Já o Arquivo Público escolheu alguns documentos históricos do acervo, que ajudam a compreender e visualizar os rostos cabanos. A exposição é gratuita e poderá ser visitada de segunda a sexta, sempre das 8h às 15h, até 31 de janeiro.
CARIMBÓ
Na terça-feira (10), às 15h, no auditório do Palacete Faciola, haverá roda de conversa “Meu canto é arma: carimbó e resistência cultural na Cabanagem”, com o historiador, escritor e servidor do Arquivo Público do Pará, João Lúcio Mazzini, e a mestra de carimbó, fundadora e compositora do Grupo Águia Negra de Icoaraci, Nazaré do Ó. O diálogo terá mediação de Isaac Loureiro, artivista pela valorização e salvaguarda do carimbó.
Na quarta-feira (11), às 10h, no mesmo local, a programação será a audiodescrição do livro “Memórias da Cabanagem”. O recurso traduz imagens em palavras, permitindo que pessoas cegas ou com baixa visão consigam compreender conteúdos audiovisuais ou imagens estáticas, como filmes, fotografias e peças de teatro.
CELEBRAÇÃO
No dia do aniversário de fundação de Belém, 12 de janeiro, a cidade vai ganhar o Parque Cemitério da Soledade, projeto do Governo do Pará, executado pela Secult, em parceria com o Laboratório de Conservação, Restauração e Reabilitação, da Universidade Federal do Pará (Lacore/UFPA). As ações no local receberam investimento estimado em R$ 16 milhões. A entrega ocorrerá às 10h, durante solenidade no local.
Ainda no dia 12, às 20h, o Parque Urbano Belém Porto Futuro receberá o show da Amazônia Jazz Band com a banda Warilou. No dia 13, às 20h, a Orquestra Sinfônica do Theatro da Paz (OSTP) volta a se apresentar nos palcos do TP, com o concerto “Belém 407 anos: de Waldemar a Mozart”, uma homenagem especial a Belém.
Nos dias 12, 19 e 26, a Casa das Onze Janelas promoverá a oficina “Cabanagem em Foto”, realizada a partir da leitura de algumas obras que fazem parte da exposição “Percurso na Arte Brasileira”, instalada na Sala Ruy Meira, associada à história da Cabanagem. As oficinas são gratuitas, limitadas a 15 pessoas por horário, e ocorrerão sempre das 10h às 12h, e das 14h30 às 17h.
No dia 15, às 18h, a Estação Cultural de Icoaraci, distrito de Belém, será palco de um grande show com a cantora Nazaré Pereira. A artista promete colocar o público para dançar com muito carimbó, xote e forró. Nazaré cantará pela primeira vez, ao vivo, a nova música “Xapuri-Pará-Paris”.
MUSEU DO MARAJÓ
As celebrações se estenderão ao município de Cachoeira do Arari, no Marajó. Aberta na sexta-feira, 6, na Casa do Gallo, a exposição temporária “Memórias cabanas Marajoaras”, inclui uma seleção de obras e poemas sobre o imaginário cabano no Marajó e em outras partes da Amazônia paraense.