O cartunista Jaguar, morto neste domingo, aos 93, disse que ao longo da vida tinha bebido o equivalente a uma piscina olímpica em entrevista que deu à Folha após completar 80 anos.
“Fiz uns cálculos. A quantidade de cerveja que bebi nos últimos 50 anos dá para encher um carro-pipa. Bebi quase uma piscina olímpica. Entre cinco e dez cervejas por dia. Fora Steinhäger, cachaça, tudo que você pode imaginar”, ele afirmou.
À época Jaguar foi orientado a parar de beber álcool por seus médicos. Ele havia desenvolvido uma cirrose avançada e câncer. “Me sinto ‘corneado’ pelo meu fígado. Eu tinha um orgulho dele, rapaz. Não tenho sinais de cirrose, mas a redundância magnética me entregou.”
Um dos maiores cartunistas do país, aos 93 anos, Jaguar foi um dos fundadores do jornal Pasquim, veículo de oposição à ditadura militar lançado em 1969. Ele estava internado com uma infecção respiratória, que levou a complicações renais, no hospital Copa D’Or, no Rio de Janeiro.
Jaguar era o pseudônimo de Sérgio de Magalhães Gomes Jaguaribe. Ficou famoso pela visão crítica e ácida que tinha da sociedade brasileira. Tanto é que foi preso em 1970, durante a ditadura, e ficou na cadeia por três meses.