Localizado no nordeste do estado, o município de Irituia é palco do Festival do Carimbó Irituiense, que começa nesta sexta-feira, 17, e segue até este domingo, 19. O evento é tradicional e está em sua 23ª edição. Este ano, terá a participação de artistas importantes da nossa região. Entre eles, o Mestre Damasceno, Pinduca e a cantora Lia Sophia.
O Festival do Carimbó Irituiense ocorre todos os anos durante o mês de janeiro, em uma semana com muito carimbó, onde é construído um barracão na Praça Padre Mário. À noite, diversos grupos de carimbó se apresentam. Após essa agenda, no domingo acontece a derrubada do Mastro, além de programações religiosas e culturais.
É a primeira vez que Mestre Damasceno participa do festival. Ele leva seu carimbó pau e corda, original da Ilha do Marajó, nesta sexta-feira. “Ser convidado para este evento é muito importante para divulgar o nosso trabalho. Será um show bem dançante e festivo, para mostrar o Marajó e o carimbó pau e corda. Tem uma diferença na melodia e na composição, que são minhas próprias”.
Além do festival, Mestre Damasceno conta que está com uma agenda lotada de shows e eventos muito especiais. “Para mim, é muito importante levar a nossa cultura do Marajó para todos os lugares do Brasil e do mundo. A minha expectativa é de mostrar o nosso carimbó, ser aplaudido, homenageado e ser bem-sucedido no meu trabalho. Depois desse festival, tem evento em Soure. Depois tem o carnaval do Rio de Janeiro, além dos eventos de junho, e outros que entram depois na programação”, conta.
Damasceno é um dos compositores do samba-enredo que será defendido pela escola Acadêmicos da Grande Rio, no carnaval carioca, que este ano faz uma homenagem ao Pará.
Além do Mestre Damasceno, diversas atrações animam os três dias de evento. Nesta sexta-feira, tem Folia de São Benedito, Grupo da Melhor Idade, Os Desafinados, Água Fria do Pau Preto, Canoa Virada, Paranativo, Veretica, e Os Ribeirinhos. No sábado, a programação começa às 16h, com roda de conversa e arrastão cultural. Há a implantação do mastro, com Os Paquês, e ainda Moça Bonita, Vaticano, Arauaitê, Frutos da Terra, Os Brasileirinhos do Guamá, Raízes Coremar e Retumbá. A grande atração da noite é Pinduca. E no domingo, tem a derrubada do mastro com Os Paquês, e ainda Mururê, Tuiá Poranga, Flor de Irituia, Miguelito e Banda, Os Morenos e Raízes de Irituia. Lia Sophia faz o show que encerra a programação.
A cantora Lia Sophia conta que ficou muito feliz de ter recebido o convite para participar do Festival de Irituia. “É um dos maiores festivais de carimbó do Brasil. São três dias de festa. E durante esses dias só se ouve e se toca carimbó na cidade. Irituia é considerada um dos principais polos de cultura de carimbó no Pará, com muitos grupos que mantêm essa tradição ali. E é uma honra para mim. Eu sou inspirada, nas minhas canções, por essa cultura e essa música de grandes mestres. E vários mestres de outros municípios vão para lá com outros grupos se apresentar”, conclui a artista.
Lá do município, Lia destaca o grupo Flor de Irituia, que é formado somente pore mulheres de várias idades. Elas cantam, tocam, compõem. E a cantora festeja o encontro com elas. “Acho muito bonito que essa diversidade apareça num festival desse tamanho de três dias. É um encontro com mestres, grupos de jovens fazendo carimbó, outro só de mulheres. Então, eu acho que é uma grande vantagem e um ganho para a cultura do estado, que se tenha um palco aberto, gratuito e democrático, para toda a população ir e se divertir”, destaca.
“Estou preparando um repertório só de carimbó, que é diferente de outros shows, quando misturo merengue, brega, carimbó e outras coisas. Mas estou preparando algo especial para Irituia. Estou levando várias músicas de compositoras femininas, que quero levar comigo para esse palco, e claro, de mestres e mestras. Além das minhas canções, que tenho gravado em vários discos meus. Vai ser um show muito legal no domingo, onde estarão Mestre Damasceno e Pinduca. Acho muito bonito também essa troca entre os municípios, indo gente de Belém, Marajó, Marapanim e de vários outros lugares pra gente se encontrar ali e celebrar essa cultura que é o carimbó”, ressalta Lia Sophia.