Historiador Michel Pinho promove aulão em Belém Historiador Michel Pinho promove aulão em Belém Historiador Michel Pinho promove aulão em Belém Historiador Michel Pinho promove aulão em Belém
Historiador Michel Pinho promove aulão em Belém

O professor Michel Pinho realiza, neste domingo, 25, a partir das 8h, uma nova aula pública em Belém. Inédita, a aula é intitulada “Caminhos do Reduto”, e o historiador irá compartilhar conhecimento e curiosidades sobre um dos bairros mais antigos da cidade, trazendo muitas histórias, além da beleza do patrimônio e importância desse lugar para a Amazônia paraense. A concentração será na esquina da avenida Assis de Vasconcelos com a travessa Gaspar Vianna.

As aulas de Michel Pinho, que acontecem nas ruas de Belém, ocorrem há 10 anos e se tornaram um fenômeno de público a cada edição, graças ao poder e alcance das redes sociais. O historiador é um apaixonado pelo patrimônio e pelas histórias guardadas em cada lugar da capital paraense.

Reduto: História e Modernidade em Belém

Central e histórico, o Reduto possui modernos edifícios, além do Centro de Memória da Amazônia da Universidade Federal do Pará – UFPA. Com uma localização privilegiada, em uma das regiões mais valorizadas da cidade, o bairro comporta a avenida Visconde de Souza Franco, um dos endereços mais caros da capital paraense, com seus atrativos imobiliários, comerciais e de entretenimento.

Projetado para ser uma estratégia de defesa, em meados do século 18, foi o local escolhido por empresários para a operação de fábricas diversas. Entre algumas das mais conhecidas, está a Pará Electric, que ajudou no processo de iluminação de Belém. A mais antiga é a fábrica Perseverança, de 1895, e a fábrica da Phebo, em 1930.

O nome do bairro remete à origem de um antigo forte militar, conhecido como Reduto de São José, construído no ano de 1771 com objetivo de garantir a segurança da sede da colônia. Em 1751, essa área era um terreno alagado, com igarapés. Para o reforço na defesa já estabelecida com o Forte de São Pedro Nolasco, deveria ser construído um reduto, que era uma construção pequena, que ficava ao lado do convento dos capuchos de Santo Antônio. A função da edificação era estritamente militar. Originalmente, o bairro se chamava Reduto de São José.

A Aula Pública e os Caminhos do Reduto

No percurso da aula, o professor conduzirá o público pelas construções e ruas do bairro, trazendo histórias da Fábrica Perseverança, além de falar da aliança industrial e das vilas operárias. O público poderá ainda conhecer de dentro, o Centro de Memória da Amazônia. “Como a aula pública é inédita, eu tenho um desejo que as pessoas passem a olhar para outros bairros importantes da cidade, como é o bairro do Reduto, que fica ali entre o bairro da Campina e o Umarizal, pelas suas especificidades, como o Casario, uma doca do Reduto e seu patrimônio industrial”, diz Michel Pinho.

A cada edição, um bairro, um momento, uma praça. Tudo tem história. “A escolha do bairro é para nós pensarmos a indústria como um processo constitutivo da economia paraense e também de Belém. É porque você tem uma quantidade muito significativa de galpões de indústrias que fizeram parte do crescimento econômico do estado no início do século 20. E além disso há a presença muito forte de operários nas vilas e nas casas ao redor”, descreve o historiador.

Histórias e Crescimento da Cidade

O bairro do Reduto tem muitas histórias. Uma delas, conta o professor, tem a ver com o processo de crescimento da cidade. “Tem a história da rua 28 de Setembro, que é uma rua ligada ao movimento abolicionista, tem a doca do Reduto, que foi urbanizada também para o processo de crescimento comercial da cidade. As histórias são inúmeras. Tem, por exemplo, o desenvolvimento da companhia de iluminação que hoje é uma academia, e ainda tem a formação dos galpões que utilizavam não só para fazer corda e juta, mas também ferragem de maneira geral”.