Gio Lisboa é um dos nomes que vem se destacando na nova geração do stand-up brasileiro, graças especialmente às suas publicação por meio das redes sociais. Nesta quinta-feira, 30, ele chega a Belém com o show “Fora da Casinha”, em duas sessões, às 19h e às 21h30, no Teatro Maria Sylvia Nunes.
O humorista está há oito anos em cena e começa a despontar com apresentações em locais e programas de referência, como o canal Comedy Central, e com participação em shows de grupos consagrados, como os 4 Amigos. Em entrevista ao Você, ele fala um pouco do seu espetáculo solo, onde conta histórias do cotidiano, interage com a plateia e conta com a participação do DJ Wander, que transforma até as trilhas sonoras do show em humor.
P – É a primeira vez que você vem à Belém? Como você se prepara para esse show?
R – Olha, eu tenho uma história muito engraçada com Belém, porque eu já morei aí, quando eu era pequeno, por conta do meu pai ser militar. Então, a gente morou um tempo ali, perto da Tuna Luso. E eu tenho um carinho enorme, porque a parte da minha infância foi em Belém. Eu voltei falando ‘égua’, ‘moço’… Então, eu tenho uma memória afetiva muito legal com Belém. É a primeira vez que eu estou indo me apresentar, para fazer show, por já ter alguns amigos que são daí, o Rominho, o Camejo, o Murilo [integrante do grupo de comédia paraense Em Pé na Rede], eles me contam muito sobre o público. É um misto de ansiedade com, de certa forma, a realização de poder voltar para um lugar que eu me criei. E como eu me preparo pro show, eu busco informações da cidade. Eu gosto de entender como é que as pessoas são ali. Então, podem esperar que eu vou fazer um show bem personalizado.
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P – Belém tem um público que admira demais a cena humorística e prestigia mesmo os comediantes. Sabendo disso, a expectativa aumenta?
R – Aumenta com certeza! Até porque Belém tem ótimas referências, comediantes excepcionais, do top do cenário brasileiro da comédia. Então, para nós, quando a gente vai em um lugar que as pessoas já estão mais acostumadas, já tem referência, é mais divertido ainda. Deixa tudo com uma ansiedade maior e também deixa com gostinho de querer mostrar o trabalho.
P – Como surgem as histórias que você traz no show “Fora da Casinha”, como ser inovador na cena do stand-up comedy, onde tem tantas pessoas atuando?
R – Eu acho que o ponto do ‘Fora da Casinha’ ser inovador é justamente esse. Como o stand-up está muito popular no Brasil, o ‘Fora da Casinha’ não é um show de stand-up, ele é uma experiência de comédia, a gente usa improviso, autotune, DJ, música, e aí também tem stand-up, mas faz parte dessa experiência, entende? E tudo que foi construído dentro do ‘Fora da Casinha’ é pautado dentro do improviso, a gente usa muito desse recurso no show e mais essa nova modalidade que a gente está colocando no mercado, que é o ‘caos cômico’, esse clima de que parece que a gente nunca sabe o que vai acontecer, mas ele está sendo controlado de alguma maneira. E os textos de stand-up são muito coisas da minha vida mesmo, eu sempre escrevi storytelling com coisas do dia a dia, então é mais ou menos nessa pegada.
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P – Como surgiu o humor na sua vida? O que significa o humor para você?
R – Eu acho que o humor surgiu na minha vida como surgiu para todos os comediantes, assim, através do colégio. Eu acho que quando a gente se desenvolve e quer ser o engraçadão da turma, ali começa a nascer a pontinha da semente do humor no comediante. E aí depois eu fui vendo que a comédia me salvava. De alguma maneira, não é só o meu trabalho, também é a forma que eu tenho de ficar melhor. E justamente quando eu vejo as pessoas mais felizes, vejo que o meu trabalho está tendo resultado. Muitas vezes eu recebo mensagens de pessoas que estavam num momento muito ruim da vida, pessoas que tentaram suicídio e que, de alguma maneira, esses vídeos ajudaram a voltar para o equilíbrio, a também enxergarem coisas boas na vida, é o que a comédia fez comigo. Então, eu acho que é a união perfeita das coisas. Por isso eu digo que o humor salva vidas.
*Com entrevista de Wal Sarges.
DIVIRTA-SE
Show “Fora da Casinha” com Gio Lisboa
Quando: Hoje, 30, às 19h e às 21h30.
Quanto: R$ 60 a R$ 120;
Onde: Teatro Maria Sylvia Nunes (Boulevard Castilhos França – s/n – Estação das Docas)
Classificação Indicativa: 16 anos.