Entretenimento

Fotógrafa catarinense convida para imersão fotográfica no Marajó

A fotógrafa Heloísa Medeiros é conhecida por elaborar roteiros e cenários para criar fotografias carregadas de sentimentos FOTO: HELOÍSA MEDEIROS / REPRODUÇÃO
A fotógrafa Heloísa Medeiros é conhecida por elaborar roteiros e cenários para criar fotografias carregadas de sentimentos FOTO: HELOÍSA MEDEIROS / REPRODUÇÃO

Texto: Wal Sarges

O projeto Olhares em Conexão, dos fotógrafos Jorge Teixeira e Elza Lima, está em novo desdobramento este ano, o que envolve uma imersão com a fotógrafa convidada Heloísa Medeiros na Ilha do Marajó. O desenvolvimento do projeto se dará em três etapas distintas, com a realização de encontros online, a viagem ao Marajó e, por fim, a apresentação e análise dos trabalhos produzidos. O primeiro de seis encontros virtuais da série ocorrerá nesta quarta-feira, às 19h, pela plataforma Zoom, com acesso gratuito.

A parceria entre Jorge Teixeira e Elza Lima neste projeto já resultou em vários desdobramentos chamados pelos artistas de fotoculturais. “Essas iniciativas envolvem a fotografia e a cultura da nossa região. Fizemos projetos na Ilha do Marajó envolvendo comunidades quilombolas; na região dos ribeirinhos no entorno de Belém; em Cametá, no Baixo Tocantins. No ano passado, nós fizemos em Afuá. Nós temos trabalhado muito essa questão da região amazônica, sobretudo, na divulgação cultural do nosso povo”, afirma Jorge.

“Para esta live, convidamos a fotógrafa Heloísa Medeiros, de Santa Catarina, que tem um trabalho belíssimo. Nós a convidamos para conduzir um trabalho no Marajó, unindo-nos ao conceito dela, que é a ‘fotografia do imaginário’ porque é uma fotografia em que se monta uma cena – é como se fosse um cinema. A gente escreve um roteiro, monta toda a cena, produz uma modelo, que a gente chama de intérprete, e fazemos as cenas. É uma forma de expressar uma narrativa”, define Jorge.

As inscrições para a ida ao Marajó (etapa de imersão do projeto) já estão abertas. Poderá participar do projeto qualquer pessoa, com uma câmera fotográfica profissional ou mesmo a câmera de um celular. O importante, diz Jorge, é se permitir “uma profunda troca de olhares e sentimentos”.

FOTO: HELOÍSA MEDEIROS / REPRODUÇÃO

Outro destaque é a produção de uma fotografia documental. “A nossa proposta é também colocar o pessoal que vem de fora [vários fotógrafos de outros estados já se inscreveram] em contato com as populações tradicionais locais, principalmente os quilombolas; e mostrar para eles o carimbó e o artesanato, a cerâmica, a cultura daqui”, explica Jorge, mencionando outros nomes reunidos pelo projeto, como o fotógrafo, documentarista e humanista João Ripper, do Rio de Janeiro, e o fotógrafo, professor e pesquisador paraense Guy Veloso.

INÉDITO

É a primeira vez que Heloísa aporta no Pará. Ela diz estar muito feliz que sua forma de ver a fotografia chegue ao Norte do país. “A fotografia do imaginário, que é como eu chamo a minha fotografia artística, pode somar a esse olhar que talvez tenha uma pegada mais documental na região do Norte. A fotografia do imaginário flerta com o surrealismo, então, dentro das artes visuais, talvez a minha fotografia seja mais uma pintura, digamos, do que uma fotografia comercial, por exemplo. Eu monto muito a cena, levo muitos figurinos, muitos elementos que simbolizam algum sentimento, talvez alguns objetos pessoais dos alunos também podem ser incorporados na cena. É uma produção cênica quase flertando com o teatro, mas usando a fotografia como um instrumento de expressão autoral de um sentimento”, detalha.

Cada aluno é convidado a trazer um projeto a ser desenvolvido a partir do seu imaginário. “Normalmente, a minha fotografia é muito feminina, então eu trago modelos que simbolizam o feminino, como as máscaras e vestidos de noiva antigos”, exemplifica Heloísa, que ministra há sete anos o workshop “Poéticas Íntimas”, em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul.

“Vai ser realmente uma experiência única. É só alegria. Eu acho que a fotografia traz isso: uma curiosidade para descobrir novas culturas, uma alegria em descobrir tudo isso, então, eu estou super empolgada para conhecer todos os sabores, as tradições, os cheiros, tudo aquilo que eu vou encontrar, que o Jorge já está me acenando. Penso que este é um projeto nacional, do Jorge e da Elza, muito interessante, propiciando encontros que misturam esses fotógrafos de todos os cantos do país, uma coisa cultural imensa”, enaltece.

FOTO: HELOÍSA MEDEIROS / REPRODUÇÃO

Sobre os encontros online, prévios à viagem para o Marajó, ela destaca que são encontros com mentorias individuais para conhecer cada aluno, para que, quando chegue na hora prática, ela também consiga assessorar de forma assertiva o que cada um quer fazer, cada série produzida. “É um projeto que a gente vai curtindo devagarinho, até chegar no final”.

LIVE

Bate-papo com Heloísa Medeiros
Quando: 31/01 (quarta-feira), às 19h.
Onde: Plataforma Zoom (link disponível no perfil do Instagram @olhares_em_conexao).
Quanto: Gratuito.