Começa nesta quinta-feira, 27, a 29ª Edição do Festival Folclórico das Tribos de Juruti, que se estende até sábado, 29, no Tribódromo de Juruti. A Tribo Munduruku, atual campeã do Festribal, vai levar para a arena o tema “Guardiões do Território Ancestral”, que retrata a defesa da terra sagrada, e a luta pela demarcação do território, considerado sagrado desde os nossos ancestrais.
Já a Tribo Muirapinima busca reconquistar o título este ano, defendendo o tema “Nossos pés, nossas raízes”, que aborda a sabedoria milenar passada de geração a geração, e ainda preservada como modo de vida dos indígenas brasileiros, em um ato de resistência.
Na abertura, esta noite, ocorre a Festa dos Visitantes, com shows do badalado DJ Adriano Nanini, MC Dourado, Forró Ideal e o cantor Nattanzinho.
A 29ª edição do Festival Folclórico das Tribos de Juruti, tem o patrocínio de Equatorial, Banpará e Alcoa, os apoios de Fidens, Maná Produções e Lei de Incentivo à Cultura, sob a realização da Prefeitura Municipal de Juruti, e os apoios institucionais do Governo do Estado do Pará, Ministério da Cultura e Governo Federal.
ENTRETENIMENTO
O evento é um dos mais importantes do calendário cultural do estado, atraindo atenções e visitantes à região de Juruti. Desde sua criação, em 1995, o Festribal também tem ido além do entretenimento, sendo oportunidade para enaltecer e valorizar os povos tradicionais da região, como os indígenas, quilombolas e ribeirinhos, reconhecendo sua contribuição histórica e cultural para o estado do Pará.
Além do grande espetáculo das tribos, o festival inclui apresentações de danças folclóricas, contação de histórias e exposições de artesanato, em busca da visibilidade e o respeito a essas comunidades. O evento também se destaca como uma plataforma para a preservação do meio ambiente e o incentivo à sustentabilidade, no município que é rico em belas paisagens amazônicas.
Por isso, a programação também abarca ações de conscientização ambiental e debates sobre a importância da preservação da natureza e dos modos de vida sustentáveis das comunidades tradicionais.
ENREDO
O enredo da Tribo Munduruku parte da ideia de dar voz aos povos originários, e de que lutar pelo direito à terra é lutar pelo direito à vida. “Para nós, povos originários, Terra e vida são uma única coisa; quando nos negam o direito de tê-las, estão nos negando o direito de nascer, crescer, repousar e morrer no colo afável de nossa mãe”, diz a sinopse do espetáculo.
“Se ainda existe floresta em pé, é por causa da nossa luta! Se ainda tem água para saciar a sede e fertilizar os campos, também é por nossa luta! Fomos nós que herdamos de nossos deuses e avós a sagrada missão de proteger, amar e guardar a nossa mãe terra”, completa o texto.
Já a Muirapinima, com suas cores azul e vermelho, expressa a agonia da própria Terra pela sobrevivência, assistida por sábios pajés e pajeranas. “Nossa conexão com ela [a Terra] se perde a cada árvore derrubada, a cada rio morto pelo mercúrio, a cada vida indígena derrubada ao chão e a cada estrela que cai do céu”, descreve a sinopse.
Neste ano, a tribo entra no Tribódromo convocando homens e mulheres a entender que não é mais tempo de espera e a lutar juntos pela Mãe Terra. “Que juntos possamos empunhar a bandeira da luta e da esperança pela demarcação das terras indígenas, pois sem ela, não temos pés e nem raízes”, diz a sinopse.
29º Festribal
Quando: De hoje, 27, até 29 de julho
Onde: Tribódromo de Juruti