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Festival de Ópera abre edição 2023 no Theatro da Paz

Festival de Ópera abre edição 2023 no Theatro da Paz Festival de Ópera abre edição 2023 no Theatro da Paz Festival de Ópera abre edição 2023 no Theatro da Paz Festival de Ópera abre edição 2023 no Theatro da Paz
Uma das principais tradições culturais do Pará e um dos mais importantes festivais de ópera do país abre sua 22ª edição nesta terça-feira (9), às 20h
Uma das principais tradições culturais do Pará e um dos mais importantes festivais de ópera do país abre sua 22ª edição nesta terça-feira (9), às 20h

Uma das principais tradições culturais do Pará e um dos mais importantes festivais de ópera do país abre sua 22ª edição nesta terça-feira (9), às 20h. Destaque na cena lírica nacional e internacional, o Festival de Ópera do Theatro da Paz, que leva o nome da primeira casa de espetáculos construída na Amazônia, terá a abertura da programação com apresentação da Orquestra Sinfônica do Theatro da Paz (OSTP) e do coro infantil da Fundação Amazônica de Música (FAM).

Com diversas novidades, a nova temporada está orçada em aproximadamente R$ 1,7 milhão, e se constitui hoje em três frentes distintas: a frente artística, com as óperas, recitais e concertos; a frente pedagógica com o projeto “Academia de Ópera”, que oferece uma formação continuada para cantores líricos paraenses; e a frente social, com o projeto “Sons de Liberdade”, criado por meio de parceria entre a Secretaria de Estado de Cultura (Secult) e da Secretaria de Administração Penitenciária (Seap), com objetivo de capacitar custodiadas e custodiados do sistema penal para futura reinserção no mercado de trabalho, por meio da cadeia produtiva da ópera.

Na programação artística, a primeira apresentação acontece nos dias 23 e 24 de maio, com a ópera bufa “Auto da Compadecida”, de Tim Rescala. A obra é baseada na peça homônima de Ariano Suassuna, e o texto foi adaptado pelo próprio Rescala, ao lado do maestro Rodrigo Toffollo, diretor artístico e regente titular da Orquestra Ouro Preto.

Publicado em 1955, o “Auto da Compadecida” criou figuras que se tornaram marcantes na história do teatro brasileiro: João Grilo e Chicó, duas pobres almas sábias que jogam com as desvirtudes dos demais personagens; o padeiro e sua mulher, avaros, ciosos de um frágil status social; o Padre e o Bispo, interesseiros, racistas, desonestos e o cangaceiro Severino. Todos, com exceção de Chicó, acabam mortos, são julgados por Jesus e o Encourado, e defendidos por Nossa Senhora.

De acordo com Daniel Araújo, diretor do Theatro da Paz, o festival deste ano vai seguir em duas direções. “Uma direção é confirmar nossas relações com teatros já parceiros, como o Teatro Amazonas, por meio do Corredor Lírico do Norte, e com Minas Gerais, por meio do Palácio das Artes e da Orquestra de Ouro Preto. A outra direção é a inclusão de óperas contemporâneas: ‘O Menino Maluquinho’, do Amazonas e ‘O Auto da Compadecida’, produzida por Minas Gerais”, explica o diretor.

ACESSÍVEL

Partindo do princípio de que a cultura deve ser acessível a todos, sem distinção, o Festival de Ópera do Theatro da Paz vem, ao longo de mais de duas décadas, estabelecendo conexão com diversos públicos. O evento cultural, atualmente, gera cerca de mil postos de trabalho a cada ano, fortalecendo a indústria da ópera e movimentando o setor de serviços e turismo.

Por meio do projeto “Sons de Liberdade”, são realizadas oficinas de capacitação voltadas às artes performáticas, como cenotécnica, figurino e visagismo, ministradas por profissionais que atuam no evento, consolidando o Theatro da Paz como um teatro-escola. Além disso, o festival tem se alinhado aos debates globais, e vem se transformando em um ecofestival, se engajando em defesa da sustentabilidade.

Em 2023, o tema escolhido foi “Vozes ecoando Amazônia”, avançando nessa ideia com a preparação de toda a cadeia produtiva da ópera para receber o maior evento climático do mundo – a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30) – que acontecerá em 2025, e tem Belém como cidade candidata à sede.

“Nosso Festival de Ópera do Theatro da Paz implementou, ao longo dos últimos anos, processos hoje já consolidados de formação profissional e inclusão social. E esse perfil é um dos mais importantes diferenciais desta política pública de acesso à cidadania cultural. As récitas, galas líricas e concertos são sempre lotados e, da plateia aos bastidores, nos deparamos com histórias de vida que se transformam por meio do contato com a arte e com os fazeres artísticos”, diz a secretária de Cultura do Pará, Ursula Vidal.

“A cultura sempre será uma importante ferramenta de transformação social. E a ópera, pela dimensão de sua estrutura produtiva, alcança impactos de grande escala”, completa a titular da Secult.

* Com informações de assessoria.