Soure, na ilha do Marajó, vira palco da música instrumental brasileira da melhor qualidade neste final de semana: pelo segundo ano consecutivo, o município recebe o Festival Choro Jazz. A programação começou na sexta-feira, 11, às 20h30, e segue sábado e domingo com apresentações gratuitas de grandes nomes da música instrumental, no Parque de Exposições do município marajoara.
No primeiro dia de festival, nomes como Egberto Gismonti, Daniel Murray, Nilson Chaves, Celso Viáfora e Choro na Rua subiram ao palco. Os Nativos Marajoaras, que acompanham Mestre Damasceno, se apresentaram sozinhos, por questões de saúde de seu líder. Assim como ocorre no domingo, que agora terá o grupo acompanhado de Mestre Robledo.
Já neste sábado, 12, também a partir das 20h30, apresentam-se o Grupo Cultural e Parafolclórico Eco Marajoara, Patrícia Bastos (AM), Renato Braz (SP) e Cristovão Bastos (RJ), além do show “Encontro Norte e Nordeste”, com Celdo Braga (AM), Tâmara Lacerda e Ranier Oliveira (CE) e Tocaia (RJ).
“Para nós é uma oportunidade incrível. Participamos do festival fazendo nosso show na etapa no Cariri, depois em Jericoacoara como ouvintes e agora temos a alegria e o privilégio de fazer nosso show aqui em Soure, ao lado do grupo Gaponga, do Amazonas, que conhecemos quando fomos a Manaus. É uma imensa alegria termos dado oficina junto com mestres como Filó Machado, Rogério Caetano, Silvério Pontes, Henrique Cazes, Solange, Milene Tavares”, falou a violonista Tâmara Lacerda.
Antes dos grandes shows, o festival promoveu, nos dias 8 a 10 de julho, oficinas gratuitas e abertas ao público, com vagas limitadas. Os encontros formativos foram ministrados por músicos consagrados do cavaquinho ao carimbó, do canto ao violão, da dança à percussão. Antes de subir ao palco neste sábado, a violonista disse que com certeza o momento seria único. “Uma oportunidade para nunca mais esquecermos, trazendo nossa música, do Cariri, para esse diálogo com a música da Amazônia”, disse ela.
O maestro carioca Cristóvão Bastos se apresenta pela primeira vez em Soure, ao lado de Patrícia Bastos e Renato Braz, num show exclusivo para o festival. “É a minha primeira vez em Soure, estou com uma impressão muito boa do festival, que trouxe muitas pessoas interessantes. Vi Egberto, Arismar, nossa! Vi um monte de gente maravilhosa. A ideia é muito boa, trazer música para todo local”, falou o maestro.
Patrícia Bastos também estreia no Marajó, apesar da mãe e avó serem marajoara e sempre ter ouvido falar da região. “Fiquei muito feliz pelo convite do Capucho para fazer esse show com Renato Braz e com Cristóvão Bastos, que são duas grandes referências para mim também na música popular brasileira. É uma honra. Já fui em Portugal, mas não tinha vindo aqui ainda. Acho muito importante a gente aqui da Amazônia, do Norte, ter acesso a esses grandes artistas que admiramos, um festival desse nível do Choro Jazz e poder também, nós que somos do Norte, da Amazônia, participar, interagindo com as pessoas que vêm de fora, que são nossos ídolos. É um grande presente, uma grande experiência”.
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Domingo, 13, último dia do Festival Choro Jazz, a noite abre com Grupo de Tradições Folclóricas Os Aruãs, dedicado à preservação e divulgação da cultura marajoara por meio de danças folclóricas como o carimbó, xote bragantino, lundu e outras. Em seguida, tem Jane Duboc e Gilson Peranzzetta (RJ), e depois o encontro de Arismar do Espírito Santo, Filó Machado, Gabriel Grossi e Michel Pipoquinha (SP e RJ). O festival encerra ao som das guitarras de Manoel Cordeiro.
Com idealização e curadoria musical da Capucho Produções, organização da Iracema Cultural e apresentação da Petrobras, por meio da Lei de Incentivo à Cultura, com realização do Ministério da Cultura e do Governo Federal, o festival conta ainda com a parceria da Prefeitura de Soure. Em sua segunda edição no Pará, o Choro Jazz reafirma sua missão de democratizar o acesso à música instrumental brasileira, valorizando a diversidade cultural da região e promovendo encontros únicos entre gerações, ritmos e territórios.
IMPERDÍVEL
Festival Choro Jazz 2025
Quando: Sábado, às 20h30; e domingo, às 20h.
Onde: Parque de Exposições de Soure (Terceira Rua, entre Travessas 11 e 12, Bairro Centro)
Quanto: Gratuito.
